segunda-feira, março 28, 2011

Vidigal deplora falta de organização


Vidigal deplora falta de organização

Paulo Caculo, em Nairobi - Hoje
Seleccionador pede mais organização das estruturas do futebol.
Fotografia: Jornal dos Desportos
A segunda derrota averbada pelos Palancas no sábado, a última das quais diante do Quénia, nas eliminatórias de acesso ao CAN de 2012, marcado para o Gabão e Guiné Equatorial, representou o desfecho de uma “história” que o seleccionador Lito Vidigal há muito pareceu ter previsto. Antes da deslocação a Nairobi, o técnico dos Palancas chamara a atenção, em conferência de imprensa, concedida no anfiteatro do Hotel Vitória Garden, para o facto de a Federação Angolana de Futebol (FAF) ter que prestar mais atenção aos aspectos da organização dos jogos da selecção.

“Sempre vos disse que tenho uma visão muito mais abrangente do que é a selecção nacional. E se nós quisermos aproximar-nos dos melhores, temos de trabalhar muito mais em termos organizativos. Se quisermos continuar a ter resultados positivos, como é o caso do último CHAN, e depois voltamos à estaca zero, temos de reflectir semana a semana”, disse Lito Vidigal, deixando expresso o seu total descontentamento pela forma como decorreu a preparação e a deslocação a Nairobi, onde acabaria derrotado por 1-2. “Se realmente pretendemos evoluir como um país do futebol, teremos de ter uma visão mais abrangente e pensar mais seriamente sobre o que é o nosso futebol e sobre o que queremos fazer para o melhorar”, acrescentou. 
  
Muitos problemas

O seleccionador lamentou, por outro lado, o facto de não ter sido possível contar com André Makanga e Zuela e, mais grave ainda, de não ter sido esclarecido sobre as razões que levaram os jogadores a falharem a concentração da equipa no país. Referiu ainda que, com “tantos problemas” por resolver, apenas a vontade dos jogadores em vencer o jogo o ajudaria a perspectivar um resultado positivo. 

Vidigal disse não ter percebido as razões que o levaram a ficar sem a possibilidade de poder estudar a forma de jogar do adversário, simplesmente porque não dispôs de qualquer vídeo de um dos jogos do Quénia, ao contrário do seleccionador daquele país, Zedekia Otieno, que dedicou quase toda a preparação a estudar o jogo dos Palancas diante do Uganda, disputado em Kampala. 

“Não tive a possibilidade de visualizar qualquer jogo do adversário e isso tudo limita-me”, lamentou o seleccionador. Diante do exposto, ainda que Lito Vidigal fosse capaz de o desmentir, a equipa nacional partiu para este jogo com os Harambee Stars “às escuras”, uma atitude a todos os níveis deplorável nos tempos de hoje, quando as tecnologias de informação superam o inimaginável. 

Não obstante todas as adversidades, o seleccionador dos Palancas deixa claro que o resultado com o Quénia não decide nada em relação ao futuro de Angola na eliminatória. É uma boa dose de optimismo e confiança, que serve de motivação a todos os jogadores. “Não fica nada decidido depois deste jogo, apesar de que uma vitória nos deixava mais confortáveis na luta pelo apuramento”, garantiu. 

Palancas 
aguardam prémios

A Federação Angolana de Futebol ainda não pagou aos jogadores da selecção os prémios relativos à única vitória dos Palancas diante da Guiné, no Grupo J das eliminatórias ao CAN e do segundo lugar alcançado no CHAN do Sudão, soube ontem o Jornal dos Desportos de fonte afecta ao conjunto nacional. Uma situação perfeitamente previsível, se avaliarmos o momento crítico que atravessam os cofres da federação, mas, ainda assim, suficiente para criar um clima de mal-estar e algum descontentamento no seio do grupo de trabalho. 

“Posso afirmar que estes prémios ainda não foram pagos e existem alguns jogadores que já estão descontentes, embora não aceitem falar com vocês sobre isso para não desestabilizar o grupo”, foi-nos dito pela fonte, muito bem posicionada no Departamento das Selecções Nacionais. Segundo a mesma, muitos atletas convocados por Lito Vidigal para o jogo com o Quénia e que fizeram parte do grupo do CHAN do Sudão chegaram a acreditar que, dada a importância do jogo de sábado em Nairobi, diante dos Harambee Stars, a federação fosse “abrir os cordões à bolsa”, mas mais uma vez, como se costuma dizer, ficaram a “ver navios”.     PC 

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