Chegou a festa da bola
Equipas nacional prepararam-se para manter o estatuto
Fotografia: Jornal dos Desportos
Apesar do Girabola se ter constituído, numa primeira fase, em factor de Unidade Nacional, continua nos dias de hoje restringido do ponto de vista geográfico. No campeonato que hoje tem início apenas oito províncias estarão representadas, o que não deixa de ser uma aberração num universo de 18. Oito províncias representam uma percentagem ínfima do espaço territorial, o que numa outra leitura revela, subdesenvolvimento futebolístico no resto do país, situação que não deve deixar de preocupar as autoridades desportivas, se o objectivo for colocar a médio ou curto prazo o país ao mesmo nível dos demais do Continente Africano.
Mas podemos encontrar explicação para este centralismo no factor guerra que durante muitos anos devastou o país, afectando inclusive o potencial económico em muitas outras províncias que já falaram alto no “parlamento” do futebol nacional. Constituindo o dinheiro factor determinante para o desenvolvimento desportivo, é bem evidente que a sua falta possa comprometer as acções de massificação aqui e ali.
A província de Luanda, que se faz representar no campeonato com oito equipas, metade das inscritas, vale-se da sua condição de estabilidade. Aliás, a expressividade numérica da capital no Girabola já se faz sentir há muito, desde os anos 80. Tirando partido do seu potencial industrial soube sempre colocar-se acima das outras províncias. Mas nunca chegou a ter metade das equipas na prova como aconteceu nas últimas edições. As outras províncias têm desenvolvido um enorme esforço no sentido de alargarem a representação no Girabola, de modo a torná-lo mais nacional do ponto de vista geográfico.
Este aspecto quebra em parte algum interesse em relação ao torneio, a ser disputado num número reduzido de províncias. No Girabola 2009 tivemos sete províncias, em 2010 evolui-se para oito e deste número ainda não saímos. Em muitos círculos paira o receio de um dia, caso as restantes províncias não invistam a sério, termos um campeonato só com equipas de Luanda, o que seria realmente sinónimo de um real descalabro da modalidade em Angola. Pois, para quem esteve presente na primeira edição, o Girabola que se joga hoje já não é a mesma coisa, como se não bastasse a falta de estrelas.
Huambo
O Huambo dos Palancas, Mambrôa e Petro está hoje resumido ao Recreativo da Caála, podendo dizer-se o mesmo do Uíge do Futebol Clube, MCH (Construtores) e União Fabril. Por que razão o quadro sofreu tamanha inversão, tal carece ainda de um estudo sério aprofundado. Em face de tudo isso, o certo é que o nosso campeonato vai ficando cada vez menos nacional.
O menino da Lunda-Sul e do Cunene, para não falar de outras províncias, não tem memória de ter visto um jogo do Girabola ao vivo na sua província, tão só porque os emblemas locais, tal como Sassamba e Desportivo de Xangongo, há muito caíram na vulgaridade. Talvez seja hora de os governos provinciais conjugarem esforços ou traçarem estratégias eficazes para a massificação do futebol. Porque afinal há províncias que já não devem ficar sem um representante no Girabola, como foi, por exemplo, Benguela na edição passada e será a Huíla em 2011. Em resumo, o nosso campeonato ainda continua geograficamente mutilado.
Huíla: ausência
relevante
Outrora apontada como um verdadeiro viveiro do futebol no país, a província da Huíla assinala uma ausência relevante na edição de 2011 do Girabola. Representada em 2010 com duas equipas – Clube Desportivo da Huíla (CDH) e Benfica do Lubango – a terra da mulher mumuíla está arredada da maior competição futebolística deste ano, por causa da má campanha destas na temporada passada.
A tristeza dos huilanos está patente no facto de a cidade do Cristo Rei possuir infra-estruturas que poderiam, eventualmente, catapultar o desporto-rei na região para altos patamares. Este é um quadro que os agentes do futebol na província vão procurar ultrapassar nas próximas épocas, para daí se resgatar a mística que a modalidade havia granjeado no tempo da “outra senhora”.
Estamos lembrados que a Huíla viu desfilar nos idos anos de 80 conjuntos como o “desaparecido” Ferroviário, em que prontificavam nomes como Mavó (falecido), Barbosa, Armindo e tantos outros que faziam furor nos estádios do país, bem como o então Desportivo da Chela, hoje Benfica, equipas que já estiveram perto do título do Girabola. Hoje o futebol da região faz uma verdadeira travessia do deserto. SD, em Malange
Malange mais distante
À semelhança da província da Huíla, Malange é outra das 10 cidades do país que não vai desfilar na edição de 2011 da maior prova do futebol nacional. Depois de na temporada passada ter feito uma campanha alternada entre o “bom” e o “mau” na Segundona, prova de acesso ao Girabola, a terra da Palanca Negra Gigante vê-se cada vez mais distante da maior prova futebolística intramuros.
A última vez que a região teve uma equipa no Girabola foi em 2003, depois de ter feito uma campanha irrepreensível na época anterior no Campeonato Nacional da 2ª Divisão. De lá para cá o futebol malangino entrou em decadência, fazendo, à semelhança do que acontece com equipas de algumas províncias, uma verdadeira travessia do deserto.
Para ilustrar este quadro, basta referir que embora tenha vencido o “provincial” de Malange, o Ritondo não chegou a marcar presença na última edição do Campeonato Nacional da 2ª Divisão, alegadamente por falta de recursos financeiros. Quadro semelhante enfrentou o Pekandec, que também se viu forçado a desistir da edição de 2010 da Segundona.
Na tentativa de salvar a honra do convento, a Baixa de Cassange participou nesta prova, mas ainda assim, não conseguiu mais do que um terceiro lugar no grupo em que esteve inserido (B), que nem sequer dava acesso à fase final do segundo escalão do futebol nacional. SD
Entre o querer de uns
e o poder de quem pode
A grande festa do futebol nacional dá o pontapé de saída esta noite, às 18 horas, no estádio dos Coqueiros, com o jogo inaugural da 33ª edição do Girabola a opor frente a frente o Benfica de Luanda ao FC Bravos do Maquis. Depois de muita ansiedade, de projecções e de apostas, eis chegado o momento da verdade, aquele em que as equipas vão procurar materializar os objectivos definidos, à partida, para a presente edição do “nacional” de futebol da primeira divisão.
Obviamente as metas diferem entre os 16 clubes que vão disputar as 30 jornadas do campeonato, sendo certo, porém, que muito poucos podem assumir, de peito aberto, a ambição pela conquista do título. É neste exercício de vislumbrar o próximo campeão que nos vamos embrenhar nas linhas que se seguem, procurando definir os potenciais candidatos e os aspirantes à coroa do Girabola 2011, cuidando de observar alguns factores, como o ranking, o plantel, o técnico e o suporte administrativo, que de um modo ou de outro têm influência directa no desempenho das equipas.
Comecemos pelo campeão em título, o Interclube. Surge na primeira linha de candidatos para o “gira” 2011. O facto de ter conquistado a edição passada confere-lhe a condição de concorrente número um, pois ostentando o estatuto de campeão vê-se na obrigação de fazer a defesa do prestígio conquistado, por mérito próprio. Embora não seja uma tarefa fácil, os polícias depois da conquista do seu segundo título nacional têm a pretensão de somar uns quantos mais nos próximos anos.
Mesmo sendo superado pelo Petro de Luanda, 1º de Agosto e ASA, em termos de ranking, o Interclube tem outros atributos que lhe permitem poder levar adiante o desejo de revalidar o título de campeão nacional. O reforço do plantel, que conta com oito novas caras, o estágio pré-competitivo de mais de um mês no Brasil, a competência do seu treinador e o apoio da direcção, que cuida de proporcionar todas as condições para o trabalho da equipa, são factores objectivos que ajudam a aquilatar as possibilidades do clube do Rocha Pinto, não obstante ter começado a época com o desaire de deixar escapar o troféu da Supertaça.
Mário Eugénio
A dupla dos crónicos Petro e 1º de Agosto
Na corrida ao cobiçado título do nacional maior do nosso “association” futebolístico estão dois candidatos crónicos, nomeadamente Petro de Luanda e 1º de Agosto, os maiores coleccionadores de troféus do Girabola, com 14 e nove conquistas, respectivamente. O campeão dos campeões, como é denominada a equipa petrolífera da capital, perfila-se, pelo ranking que ostenta, logo a seguir aos polícias. A substituição do técnico foi a principal acção realizada pela direcção de Tomás Faria, sem descurar a introdução de alguns reforços a nível de jogadores.
Estes são indicativos da vontade que os ex-campeões nacionais têm em regressar ao trono da competição, depois de no ano passado não terem podido evitar a derrocada, apesar de ter dado alguma luta até quase perto do fim da prova, ou seja até a 26ª jornada. Em termos administrativos, a equipa do Catetão também não tem do que reclamar, podendo contar com o devido apoio ou resolução de eventuais problemas que possam surgir no decorrer da competição.
O outro crónico candidato é sem dúvidas o 1º de Agosto. Os militares do Rio Seco que conquistaram o seu último troféu no Girabola em 2006, sob comando do holandês Johannes Brouwer, apostaram no ano passado na contratação do sérvio Ljubinko Drulovic para inverter o “jejum” de cinco penosos anos sem levarem o troféu de campeão nacional à galeria do clube.
Gorado o objectivo em 2010, este ano será o do “ou vai ou racha”. Com um total de 16 reforços, entre contratações no mercado interno e externo e promoção de alguns juniores, o D’Agosto, que conta com o suporte das Forças Armadas Angolanas, completa o quadro dos verdadeiros candidatos com poder de terminar a sorrir na época 2011. M.E
Os outros candidatos
à corrida pelo título
Recreativo da Caála (vicecampeão), Recreativo do Libolo (5º classificado) e ASA (6º colocado) são as outras três equipas, que pela vontade que demonstram em campo podem chegar também ao título. Aliás uma delas, o ASA, conseguiu com espírito de abnegação, chegar em três ocasiões consecutivas ao pódio, em 2002, 2003 e 2004. Mas quem este ano promete fazer frente aos chamados candidatos naturais é o Recreativo da Caála, que já veio a público dizer que o objectivo este ano é mesmo o título. O representante do Huambo não descurou nos reforços e tem uma direcção com um presidente jovem e bastante ambicioso, que certamente tem investido bastante para o seu clube fazer história.
O Recreativo do Libolo apesar de estar a ver esfumada a sua pretensão há coisa de três anos, é ainda assim uma equipa que também pode ser tida em atenção nas contas que se fazem sobre os candidatos ao título. Sem ter feito grandes investimentos para 2011, pelo contrário perdeu algumas pedras, o representante do Kwanza-Sul continua, mesmo assim, a merecer algum crédito, pois apesar de intercalações no desempenho, é sempre um conjunto imprevisível e conta com uma rectaguarda com alguma sustentabilidade para levar adiante as suas aspirações.
Tudo isso não passa de um mero exercício de averiguação de probabilidades do que pode ser a corrida ao título do Girabola 2011. Tal não significa dizer que apenas o conjunto de equipas apresentadas podem chegar ao troféu, pois, como bem diz, o futebol é uma caixinha de (belas) surpresas onde tudo pode acontecer. Portanto, vamos ao jogo! M.E
Mas podemos encontrar explicação para este centralismo no factor guerra que durante muitos anos devastou o país, afectando inclusive o potencial económico em muitas outras províncias que já falaram alto no “parlamento” do futebol nacional. Constituindo o dinheiro factor determinante para o desenvolvimento desportivo, é bem evidente que a sua falta possa comprometer as acções de massificação aqui e ali.
A província de Luanda, que se faz representar no campeonato com oito equipas, metade das inscritas, vale-se da sua condição de estabilidade. Aliás, a expressividade numérica da capital no Girabola já se faz sentir há muito, desde os anos 80. Tirando partido do seu potencial industrial soube sempre colocar-se acima das outras províncias. Mas nunca chegou a ter metade das equipas na prova como aconteceu nas últimas edições. As outras províncias têm desenvolvido um enorme esforço no sentido de alargarem a representação no Girabola, de modo a torná-lo mais nacional do ponto de vista geográfico.
Este aspecto quebra em parte algum interesse em relação ao torneio, a ser disputado num número reduzido de províncias. No Girabola 2009 tivemos sete províncias, em 2010 evolui-se para oito e deste número ainda não saímos. Em muitos círculos paira o receio de um dia, caso as restantes províncias não invistam a sério, termos um campeonato só com equipas de Luanda, o que seria realmente sinónimo de um real descalabro da modalidade em Angola. Pois, para quem esteve presente na primeira edição, o Girabola que se joga hoje já não é a mesma coisa, como se não bastasse a falta de estrelas.
Huambo
O Huambo dos Palancas, Mambrôa e Petro está hoje resumido ao Recreativo da Caála, podendo dizer-se o mesmo do Uíge do Futebol Clube, MCH (Construtores) e União Fabril. Por que razão o quadro sofreu tamanha inversão, tal carece ainda de um estudo sério aprofundado. Em face de tudo isso, o certo é que o nosso campeonato vai ficando cada vez menos nacional.
O menino da Lunda-Sul e do Cunene, para não falar de outras províncias, não tem memória de ter visto um jogo do Girabola ao vivo na sua província, tão só porque os emblemas locais, tal como Sassamba e Desportivo de Xangongo, há muito caíram na vulgaridade. Talvez seja hora de os governos provinciais conjugarem esforços ou traçarem estratégias eficazes para a massificação do futebol. Porque afinal há províncias que já não devem ficar sem um representante no Girabola, como foi, por exemplo, Benguela na edição passada e será a Huíla em 2011. Em resumo, o nosso campeonato ainda continua geograficamente mutilado.
Huíla: ausência
relevante
Outrora apontada como um verdadeiro viveiro do futebol no país, a província da Huíla assinala uma ausência relevante na edição de 2011 do Girabola. Representada em 2010 com duas equipas – Clube Desportivo da Huíla (CDH) e Benfica do Lubango – a terra da mulher mumuíla está arredada da maior competição futebolística deste ano, por causa da má campanha destas na temporada passada.
A tristeza dos huilanos está patente no facto de a cidade do Cristo Rei possuir infra-estruturas que poderiam, eventualmente, catapultar o desporto-rei na região para altos patamares. Este é um quadro que os agentes do futebol na província vão procurar ultrapassar nas próximas épocas, para daí se resgatar a mística que a modalidade havia granjeado no tempo da “outra senhora”.
Estamos lembrados que a Huíla viu desfilar nos idos anos de 80 conjuntos como o “desaparecido” Ferroviário, em que prontificavam nomes como Mavó (falecido), Barbosa, Armindo e tantos outros que faziam furor nos estádios do país, bem como o então Desportivo da Chela, hoje Benfica, equipas que já estiveram perto do título do Girabola. Hoje o futebol da região faz uma verdadeira travessia do deserto. SD, em Malange
Malange mais distante
À semelhança da província da Huíla, Malange é outra das 10 cidades do país que não vai desfilar na edição de 2011 da maior prova do futebol nacional. Depois de na temporada passada ter feito uma campanha alternada entre o “bom” e o “mau” na Segundona, prova de acesso ao Girabola, a terra da Palanca Negra Gigante vê-se cada vez mais distante da maior prova futebolística intramuros.
A última vez que a região teve uma equipa no Girabola foi em 2003, depois de ter feito uma campanha irrepreensível na época anterior no Campeonato Nacional da 2ª Divisão. De lá para cá o futebol malangino entrou em decadência, fazendo, à semelhança do que acontece com equipas de algumas províncias, uma verdadeira travessia do deserto.
Para ilustrar este quadro, basta referir que embora tenha vencido o “provincial” de Malange, o Ritondo não chegou a marcar presença na última edição do Campeonato Nacional da 2ª Divisão, alegadamente por falta de recursos financeiros. Quadro semelhante enfrentou o Pekandec, que também se viu forçado a desistir da edição de 2010 da Segundona.
Na tentativa de salvar a honra do convento, a Baixa de Cassange participou nesta prova, mas ainda assim, não conseguiu mais do que um terceiro lugar no grupo em que esteve inserido (B), que nem sequer dava acesso à fase final do segundo escalão do futebol nacional. SD
Entre o querer de uns
e o poder de quem pode
A grande festa do futebol nacional dá o pontapé de saída esta noite, às 18 horas, no estádio dos Coqueiros, com o jogo inaugural da 33ª edição do Girabola a opor frente a frente o Benfica de Luanda ao FC Bravos do Maquis. Depois de muita ansiedade, de projecções e de apostas, eis chegado o momento da verdade, aquele em que as equipas vão procurar materializar os objectivos definidos, à partida, para a presente edição do “nacional” de futebol da primeira divisão.
Obviamente as metas diferem entre os 16 clubes que vão disputar as 30 jornadas do campeonato, sendo certo, porém, que muito poucos podem assumir, de peito aberto, a ambição pela conquista do título. É neste exercício de vislumbrar o próximo campeão que nos vamos embrenhar nas linhas que se seguem, procurando definir os potenciais candidatos e os aspirantes à coroa do Girabola 2011, cuidando de observar alguns factores, como o ranking, o plantel, o técnico e o suporte administrativo, que de um modo ou de outro têm influência directa no desempenho das equipas.
Comecemos pelo campeão em título, o Interclube. Surge na primeira linha de candidatos para o “gira” 2011. O facto de ter conquistado a edição passada confere-lhe a condição de concorrente número um, pois ostentando o estatuto de campeão vê-se na obrigação de fazer a defesa do prestígio conquistado, por mérito próprio. Embora não seja uma tarefa fácil, os polícias depois da conquista do seu segundo título nacional têm a pretensão de somar uns quantos mais nos próximos anos.
Mesmo sendo superado pelo Petro de Luanda, 1º de Agosto e ASA, em termos de ranking, o Interclube tem outros atributos que lhe permitem poder levar adiante o desejo de revalidar o título de campeão nacional. O reforço do plantel, que conta com oito novas caras, o estágio pré-competitivo de mais de um mês no Brasil, a competência do seu treinador e o apoio da direcção, que cuida de proporcionar todas as condições para o trabalho da equipa, são factores objectivos que ajudam a aquilatar as possibilidades do clube do Rocha Pinto, não obstante ter começado a época com o desaire de deixar escapar o troféu da Supertaça.
Mário Eugénio
A dupla dos crónicos Petro e 1º de Agosto
Na corrida ao cobiçado título do nacional maior do nosso “association” futebolístico estão dois candidatos crónicos, nomeadamente Petro de Luanda e 1º de Agosto, os maiores coleccionadores de troféus do Girabola, com 14 e nove conquistas, respectivamente. O campeão dos campeões, como é denominada a equipa petrolífera da capital, perfila-se, pelo ranking que ostenta, logo a seguir aos polícias. A substituição do técnico foi a principal acção realizada pela direcção de Tomás Faria, sem descurar a introdução de alguns reforços a nível de jogadores.
Estes são indicativos da vontade que os ex-campeões nacionais têm em regressar ao trono da competição, depois de no ano passado não terem podido evitar a derrocada, apesar de ter dado alguma luta até quase perto do fim da prova, ou seja até a 26ª jornada. Em termos administrativos, a equipa do Catetão também não tem do que reclamar, podendo contar com o devido apoio ou resolução de eventuais problemas que possam surgir no decorrer da competição.
O outro crónico candidato é sem dúvidas o 1º de Agosto. Os militares do Rio Seco que conquistaram o seu último troféu no Girabola em 2006, sob comando do holandês Johannes Brouwer, apostaram no ano passado na contratação do sérvio Ljubinko Drulovic para inverter o “jejum” de cinco penosos anos sem levarem o troféu de campeão nacional à galeria do clube.
Gorado o objectivo em 2010, este ano será o do “ou vai ou racha”. Com um total de 16 reforços, entre contratações no mercado interno e externo e promoção de alguns juniores, o D’Agosto, que conta com o suporte das Forças Armadas Angolanas, completa o quadro dos verdadeiros candidatos com poder de terminar a sorrir na época 2011. M.E
Os outros candidatos
à corrida pelo título
Recreativo da Caála (vicecampeão), Recreativo do Libolo (5º classificado) e ASA (6º colocado) são as outras três equipas, que pela vontade que demonstram em campo podem chegar também ao título. Aliás uma delas, o ASA, conseguiu com espírito de abnegação, chegar em três ocasiões consecutivas ao pódio, em 2002, 2003 e 2004. Mas quem este ano promete fazer frente aos chamados candidatos naturais é o Recreativo da Caála, que já veio a público dizer que o objectivo este ano é mesmo o título. O representante do Huambo não descurou nos reforços e tem uma direcção com um presidente jovem e bastante ambicioso, que certamente tem investido bastante para o seu clube fazer história.
O Recreativo do Libolo apesar de estar a ver esfumada a sua pretensão há coisa de três anos, é ainda assim uma equipa que também pode ser tida em atenção nas contas que se fazem sobre os candidatos ao título. Sem ter feito grandes investimentos para 2011, pelo contrário perdeu algumas pedras, o representante do Kwanza-Sul continua, mesmo assim, a merecer algum crédito, pois apesar de intercalações no desempenho, é sempre um conjunto imprevisível e conta com uma rectaguarda com alguma sustentabilidade para levar adiante as suas aspirações.
Tudo isso não passa de um mero exercício de averiguação de probabilidades do que pode ser a corrida ao título do Girabola 2011. Tal não significa dizer que apenas o conjunto de equipas apresentadas podem chegar ao troféu, pois, como bem diz, o futebol é uma caixinha de (belas) surpresas onde tudo pode acontecer. Portanto, vamos ao jogo! M.E
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