quarta-feira, novembro 09, 2011

Académica do Lobito foi implacável

08 de Novembro, 2011r

A direcção da Académica do Lobito foi a mais intolerante para com os técnicos, ao fazer uso durante cinco vezes do chicote durante o Girabola’2011, que terminou no domingo passado.
A direcção da Académica do Lobito, liderada por José Bento Cangombe, começou por afastar logo na fase de preparação do Girabola’2011, o técnico José Alberto Tramagal que levou à ascensão da equipa em 2010 na maior prova futebolística do país.
Apesar de protestos de sócios e adeptos que reclamavam a continuidade do técnico Tramagal à frente dos destinos do clube, a direcção ignorou-os.
Daniel Quinhentos “Dany” foi o técnico de conveniência da direcção dos estudantes do Lobito que, apesar de ser “filho casa”, pouco ou nada tinha para corresponder aos desafios de um campeonato nacional. Os maus resultados que a equipa somava, jornada após jornada, fez romper o silêncio dos adeptos, que de forma impaciente exigiram à direcção do clube, a saída de Dany.
Forçada ou não, Bento Cangombe chamou Albano César para conduzir os destinos da equipa que, ao fim de seis jornadas, já tinha nas suas mãos a lanterna vermelha.
O técnico Albano César, que por várias vezes já treinou a Académica do Lobito, depois de quatro jornadas sem sucessos, decidiu rescindir o contrato com os estudantes. Para ocupar o lugar, foi chamado, o técnico José Silvestre “ Pele”, que viria a ser substituído por José Rocha. O peso das derrotas, e porque a direcção do clube exigia resultados positivos, José Rocha decidiu declinar a responsabilidade para César Caná que levou a equipa até ao final do campeonato, onde a Académica do Lobito amealhou apenas 13 pontos. Está época, de acordo com os adeptos, foi a pior de todas em que a Académica do Lobito já participou.

Recorde de chicotadas

Além das cinco chicotadas da Académica do Lobito, o Girabola’2011 ainda registou os despedimentos de Victor Manuel, no Recreativo da Caála, Lujbinko Drulovic (1º de Agosto), de Paulino Júnior (1º de Maio), Drasko Stoijkovic (Progresso Sambizanga), Augusto Portela (Bravos do Maquis), Luís Amaro Ferreira (Benfica de Luanda), João Machado (FC de Cabinda), Álvaro Magalhães (Interclube) e David Dias (Santos FC).
O Girabola’2011 teve um registo histórico de 15 chicotadas, um recorde, com a Académica do Lobito a ser o clube que mais uso fez deste recurso, seguido pelo 1º de Agosto.


domingo, novembro 06, 2011

Conselho Jurisidicional dá provimento ao recurso apresentado pelo Clube Académica Kwanda do Soyo

A Direcção da Federação Angolana de Futebol vem através desta comunicar a todos os interessados o seguinte:

- Que o Conselho Técnico Desportivo através do Comunicado SG/011 de 23 de Setembro de 2011, julgou procedente o protesto apresentado pelos clubes Recreativo da Cáala e Bravos do Maquis;

- Que o Clube Académica do Kwanda do Soyo apresentou recurso junto do Conselho Jurisdicional da FAF nos termos regulamentares;

- Que Conselho Jurisdicional analisou minuciosamente o recurso apresentado tendo comunicado a seguinte decisão:

Dar como procedente o recurso apresentado pelo Clube Académica Kwanda do Soyo, dando sem efeito as decisões tomadas pela Comissão de Regulamentação e Qualificação do Conselho Técnico Desportivo aos 23/09/2011, referentes aos protestos interpostos pelos clubes acima referidos.

sexta-feira, novembro 04, 2011

«Em Angola fala-se muito e faz-se pouco», diz Akwá

Akwá fala a A BOLA sobre a realidade do futebol angolano (foto )
«Em Angola fala-se muito e faz-se pouco», diz Akwá
Por Leonel Gomes

Figura incontornável do futebol angolano, Akwá capitaneou os Palancas na histórica participação no Mundial da Alemanha em 2006. Três anos depois de ter deixado os relvados, o antigo avançado concedeu uma entrevista a A BOLA, onde falou sobre a selecção de Lito Vidigal, o futebol nacional e a luta titânica entre Kabuscorp e Recreativo do Libolo pela conquista do Girabola.

«Começámos mal e depois com a saída do antigo seleccionador Hervé Renard as coisas não estavam muito boas para nós. Com a chegada do Lito Vidigal, que recebeu uma herança não muito boa, com trabalho e dedicação conseguimos a qualificação.»

«Vale lembrar que tivemos, em parte, sorte. Além dos jogadores terem acreditado, a sorte também jogou do nosso lado, porque o Uganda, no último jogo, acabou por empatar em casa. Se calhar acusou a pressão de a nossa selecção ter marcado logo nos primeiros minutos [n.d.r. frente à Guiné-Bissau]. Foi bom termos conseguido a qualificação», defendeu Akwá.

Depois de uma dura fase de qualificação, Angola alcançou a tão almeja presença na fase final do CAN. Para o antigo capitão, a equipa pode realizar uma boa prova.
«Se os jogadores entrarem concentrados e cumprirem com as orientações do treinador, acredito que Angola poderá fazer um bom CAN», diz. «Não é um grupo fácil, mas todos os grupos são difíceis. Há a Costa do Marfim, que é candidata ao título de campeã africana, mas nenhuma selecção é imbatível», concretizou.

Seguir os exemplos proveitosos do basquetebol e andebol. Para Akwá o futebol nacional só terá a melhor participação tendo como base o que ocorre nas duas modalidades.
«O jogador fez a sua carreira, deu o seu contributo e quando deixa de jogar é esquecido. Temos que tirar proveito consoante os outros países fazem, conforme o basquetebol e o andebol fazem com os antigos praticantes. Como o Jean Jacques, José Carlos Guimarães, Filipe Cruz, Necas, Paulo Macedo são pessoas que foram grandes jogadores mas que agora continuam a dar o seu contributo.»

«Sempre defendi que é importante tirar proveito das pessoas que estiveram ligadas ao futebol, que jogaram no estrangeiro, não falo só de mim, mas do Mantorras, Paulão, Abel Campos, João Ricardo, Figueiredo, são muitos os jogadores que actuaram na Europa e que poderiam ser uma mais-valia para o futebol nacional», apontou.

O aparecimento de jovens valores só poderá ser sustentado com a construção de infra-estruturas, salienta Akwá.
«Os outros países têm feito isso, com a construção de academias no Ruanda, Uganda, Benim e nós em Angola não temos isso. Falamos muito e fazemos pouco. Não se podem fazer jogadores só falando, temos que responder dentro de campo.»

«Os nossos dirigentes têm que ver que as outras selecções também trabalham, querem fazer mais, ganhar títulos e não andam a dormir. Os nossos dirigentes devem apostar mais nas camadas jovens porque o importante é dar continuidade. A cada dia que vai passando os talentos do nosso futebol vão desaparecendo, aparece um ou outro, e isso tem sido a grande falha da nossa selecção», atirou.
12:50 - 03-11-2011

Tramagal considera desiquilibrado o grupo B

03 de Novembro, 2011

Agostinho Tramagal debruça-se sobre o grupo dos Palancas.

Fotografia: Jornal dos Desportos

O técnico da Académica do Soyo, Agostinho Tramagal, considerou terça-feira equilibrados os grupos do próximo Campeonato Africano das Nações (CAN), em 2012, numa prova em que os Palancas Negras fazem parte da série B com Costa do Marfim, Sudão e Burkina Faso. Em declarações à Angop, Tramagal disse que todas as selecções do CAN não devem pensar ser superior ou inferior, mas trabalhar para vencer.

Referiu que o facto da selecção angolana estar no grupo B obriga o conjunto a traçar uma estratégia: “Temos potencial para fazer boa campanha, porque não é por acaso que a nossa selecção chegou lá (CAN).” Para si, uma equipa, como a angolana, que já foi aos mundiais em seniores e juniores, deve preparar bem a competição e discutir a liderança palmo a palmo. Acrescentou que é preciso repensar um pouco mais o futebol angolano e criar as melhores condições de trabalho à equipa técnica e atletas. “Nós organizámos o CAN2010. Não seria bom ficarmos de fora”, sublinhou.

Agostinho Tramagal defendeu a necessidade de começar-se a trabalhar em termos administrativos e desportivos, para que o estágio seja realizado em tempo oportuno, cumprindo o programa elaborado pela equipa técnica. A uma ronda do fim do Girabola2011, disse, o técnico Lito Vidigal terá muito tempo para fazer um transitório com os atletas que actuam na competição, fazendo um trabalho específico.

Tramagal sugeriu ao seleccionador convocar jogadores que têm clubes e a competir. “Mais do que treinar, na selecção os futebolistas aprimoram mais o sistema táctico, técnico e a forma de jogar”, afirmou. Perspectiva que a Federação Angolana de Futebol (FAF) deve encontrar selecções fortes ao nível do continente europeu e americano, para treinar com os Palancas Negras, para estes adquirirem o entrosamento necessário no momento da prova.