sábado, outubro 09, 2010

A história do futebol nacional, sobretudo dos Palancas Negras, não pode ser contada sem Carlos Alhinho e oliveira gonçalves.

HISTÓRIA

Um rei sem golos

Ákwa acabou a carreira sem ter feito um único golo no CAN

É o mais internacional e melhor avançado de sempre dos Palancas Negras. Akwá, o seu nome diz tudo para o futebol nacional. Fez 80 jogos pela Selecção e rubricou 38 golos. Estreou-se no amistoso com Moçambique a 8 de Janeiro de 1995. Uma aposta do treinador cabo-verdiano Carlos Alhinho que o descobriu no Nacional de Benguela.
Foi graças ao seu talento e de Paulão, Tubia, Joni, Abel Campos, Carlos Pedro, Castela, Hélder Vicente e Quinzinho que Angola chegou à Taça de África das Nações em 1996.
No CAN era uma das esperanças de milhares de angolanos ávidos de ver brilhar a sua selecção.
Tinha sido assim na fase de qualificação – primeiros do grupo com 14 pontos – e esperava-se que fosse assim também na fase final, mesmo  sorteados no “grupo da morte”, com Camarões, Egipto e a África do Sul.
Akwá era, por isso, uma das grandes apostas dos adeptos angolanos mas também  o principal alvo abater pelos adversários.
E foi o Egipto que tratou de o afastar do seu caminho. No jogo inagural e logo nos primeiros 15 minutos de jogo, Akwá lesionou-se com gravidade, depois de uma brutal falta de um defensor egípicio. Quinhizinho herdou então a responsabilidade de fazer os golos, enquanto o rei deixava o CAN da África do Sul numa maka.
Quinzinho entrou para história ao rubricar o primeiro golos dos Palancas Negras numa fase final da Taça de África das Nações. O brilharete de Akwá não passou de um pesadelo, tal como dos Palancas Negras.
Um empate e duas derrotas foi o saldo dos Palancas Negras, cuja consolação foi ter feito o melhor jogo do CAN, diante da África do Sul, no dia 20 em Joanesburgo.
No Burkina-faso, em 1998 
Dois anos depois, os Palancas Negras marcaram a segunda presença no CAN. E outra vez a lesão impediu o maior goleador de Angola de disputar a fase final.
Fez toda campanha de qualificação, jogou com a África do Sul na abertura e na segunda partida lesionou-se com gravidade, quando o país mais precisava dele.
Praga ou não, o certo é que os Palancas Negras voltaram também a não brilhar sem Akwá. Dois empates e uma derrota gorda (por 5-2) frente à Côte D´ivoire de Ibrahim  Bakayoyo e Ahmed Ouattara atirou a Selecção Nacional para o “deserto”.
A travessia nesse deserto levou seis anos e três ausências da Taça de África das Nações. De regresso ao CAN, em 2006, no Egipto, outra vez Akwá foi o grande herói da qualificação. Mas na competição propriamente dita, Flávio assumiu-se como a “nouvelle etoile” dos Palancas Negras, destituindo o rei.
Ao contrário da malapata que o perseguia nos outras edições, no Egipto, Akwá não se lesionou e foi titular nos três jogos da primeira fase, mas não foi capaz de escrever o seu nome nas galeria dos marcadores do CAN.
Flávio Amado, na altura jogador do Al Ahly do Egipto, deixou o Egipto como um verdadeiro Faraó dos Palancas Negras. Fez três golos e passou a ser o melhor marcador de sempre de Angola, nessa competição.
Akwá assinou a sua reforma no CAN do Egipto, mas foi depois do Mundial da Alemanha em 2006 que pendurou em definitivo as chuteiras, pelo menos nos Palancas Negras.
Fechava-se também um ciclo de 10 anos aberto em 1995 por Carlos Alhinho e do qual ele (Akwá) era o rosto principal. 

  Carlos Alhinho e Oliveira Gonçalves
 

A história do futebol nacional, sobretudo dos Palancas Negras, não pode ser contada sem Carlos Alhinho e oliveira gonçalves. o treinador caboverdiano abriu o caminho, construiu uma equipa que se intrometeu entre os grandes de África, mesmo sem grandes resultados, mas a obra já estava erguida.
o segundo conseguiu para o futebol nacional os melhores resultados. levou as selecções de sub-20 e principal para os mundiais da Argentina e da Alemanha, em 2001 e 2006. orientou os Palancas Negras nas duas últimas edições e conseguiu em 2008 fazer de Angola a sexta melhor equipa de África.
A importância de oliveira gonçalves eleva-se por ser um treinador angolano sem grande história nas competições domésticas. Nunca foi campeão nacional do girabola nem da ii divisão.
Chegou às selecções pelo seu trabalho na formação de jogadores no Paviterra e atingiu o topo.
Nunca foi a primeira opção da Federação Angolana de Futebol(FAF) para orientar os Palancas Negras. Já trabalhava há muito com as selecções jovens, puxado pelo jugslavo Veslin Vesco, mas sempre que os Palancas Negras quisessem um treinador, as opções iniciais iam para um estrangeiro ou treinador nacional já com nome.
A 16 de Novembro de 2003 chegou a sua vez, depois do brilharete no Campeonato Africano das Nações, em 2001. estreou-se no comando dos Palancas Negras para substituir o brasileiro ismael Kurtz.
Nos seus ombros assentava a responsabilidade de contornar a desvantagem consentida diante do tchad, em Ndjamena, por 3-1. Akwá e Bruno Mauro resolveram a vida de oliveira gonçalves.
os Palancas Negras derrotaram o tchad por 2-0, na Cidadela, e qualificaram para as eliminatórias de acesso ao CAN do egipto, em 2006.
A participação não foi brilhante, mas superou as duas anteriores. um golo impediu que os Palancas Negras chegassem aos quartos-de-final, coisa que aconteceu em 2008. Para sempre fica o seu nome nos anais do futebol nacional.

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