quarta-feira, outubro 06, 2010

Artur da Cunha brilhou no Ara da Gabela 


Artur José da Cunha dirige uma fazenda na Gabela
Fotografia: Avelino Umba
Dada a sua experiência e bondade no campo, Artur da Cunha foi entregue pelo seu pedagogo aos dirigentes do Futebol Clube de Luanda, onde foi campeão de juniores por três épocas. Em 1963, Artur passou a jogar como médio volante. Contudo, a sua carreira desportiva, não foi mais além, porque, teve que ingressar no exército colonial, obrigando-o a abandonar os estudos e o futebol. Cumprido o serviço militar colonial, Artur da Cunha, em 1968, ingressou na Académica Social do Zangado. Por lá, encontrou Joaquim Diniz, Lourenço Bento, Firmino Dias, etc, onde ficou três anos. 

Pela agremiação desportiva, ele ganhou a Taça Zé Luís, que na altura era um torneiro que se realizava anualmente e orientado pelo doutor Manuel Vinhas. Outrossim, participou no primeiro torneio popular Cuca realizado em Luanda, e outros quadrangulares. Nesta altura, Artur da Cunha era funcionário dos serviços municipalizados de água e energia (SMAE) e dada a sua ocupação foi transferido para MBanza Congo (ex São Salvador do Congo) razão pela qual não lhe permitiu participar no segundo Torneiro da Cuca, que já se encontrava em fase de preparação.

Após o cumprimento da tarefa a si acometida nas terras de São Salvador do Congo, Artur da Cunha, regressou a Luanda onde voltou a jogar no seu antigo clube a Académica Escola Social do Zangado, e continuou a fazer a sua carreira futebolística, onde efectuou jogos importantes. Pelas suas capacidades físicas e um poder grande de fintar, deu nas vistas de pessoas ligadas ao futebol, no qual dois senhores provenientes da Gabela com destaque o Adalberto Lopes, um senhor carpinteiro de profissão, e também ligado à agremiação do Amboim que se deslocou com o objectivo de assistir algumas partidas de futebol na capital, em função do que ouviam do jogador do bairro Operário.

A ansiedade era visível por parte de quem queria ver Artur da Cunha, a despontar em outras paragens. Foi assim que Adalberto Lopes ao serviço da ARA da Gabela procurou contactar Dominguito, defesa central na altura ao serviço da ARA da Gabela no sentido de os levar a casa de Artur no bairro Marçal. “Em 1970 quando menos esperava, surpreendido fiquei com a presença na minha casa de Adalberto Lopes e  seu acompanhante que em conversa propuseram-me um passeio a Gabela. Passear a Gabela com que propósito? 

Interroguei aos mesmos. Responderam-me que era com propósito de ir conhecer apenas aquela localidade e fazer uma experiência na ARA da Gabela” conta Artur, pois não se faz rogado e parte para a Gabela, onde fez os primeiros jogos como teste de fogo na ARA e convenceu os dirigentes. Disse ainda que não se fez acompanhar da carta no momento, pois a mesma estava presa pelo Futebol Clube de Luanda que lhe pudesse possibilitar jogar em qualquer equipa, visto que a sua saída foi à revelia. Foi então que a direcção da ARA da Gabela negociou com o Futebol Clube de Luanda tendo chegado a acordo.

Assim é que, Artur da Cunha disputou os campeonatos distritais de 1970 a 1973 onde a ARA, celebrou o título de campeão. Em 1973, aos 26 anos de idade, Artur da Cunha foi convidado pelo Sporting de Cabinda. Este pedido não foi aceite, pela ARA, forçando desta feita, o atleta a pôr fim à sua carreira desportiva, ficando apenas nas Velhas Guardas. A partir desta altura, Artur da Cunha instalou-se na Gabela, voltando algumas vezes a Luanda em visita dos seus familiares, ou ainda quando houvesse uma grande partida de futebol. Hoje, Artur da Cunha é proprietário de uma fazenda no município da Gabela.

>> Por dentro
Nome: Artur José da Cunha
Data de nascimento: 17 de Novembro de 1946
Natural: Sambizanga (Luanda)
Estado civil: Casado
Filhos: 10
Prato preferido: Calulú
Peso: 63 Kg
Altura: 1,73 cm
Clube do coração: Petro de Luanda
Tempos livres: Leitura e ver televisão

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