quinta-feira, outubro 07, 2010

Chicotadas Psicológicas

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Chicotadas psicológicas continuam a desanuviar tensões, no Girabola.



 
Girabola-2010
No mundo de futebol, são frequentes as chicotadas psicológicas, em várias equipas, durante a realização de um campeonato. Umas são lógicas e outras chegam a ser forçadas, pois a vítima nem sempre tem tempo para se explicar, porque as causas dos maus resultados podem ter uma origem conjuntural. Mas o facto de haver necessidade de se encontrar um culpado, nestas situações, o treinador acaba sempre por ser a vítima.
As chicotadas são formas de desanuviamento da tensão psicológica dentro de uma equipa desportiva, mormente colectiva, que se encontrando numa situação de aflição na tabela classificativa ou pouco habitual, para o estatuto competitivo da colectividade, procura-se um culpado, ou melhor, o bode expiatório, passe a expressão, da situação que a mesma vive.
Se tivermos uma equipa desportiva com um sistema fechado, distinguimos como elementos principais estruturantes o dirigente, treinador e atleta. Estes elementos são os mais importantes e fazem mover, como uma força convergente única, o sistema competitivo da equipa.
Os dirigentes desportivos, por terem o poder de decisão dentro do grupo, podem atribuir a culpa aos outros dois elementos importantes, treinador e atletas. Contudo, pelo facto de os atletas serem muitos, estamos a falar de desporto colectivo, o sacrificado acaba por ser sempre o “coitado” treinador, com culpa ou sem ela no cartório.Durante a prova de 2009, foram demitidos os portugueses Augusto Inácio (Interclube), Jorge Paixão (Recreativo da Caála) e João Gonçalves (1º de Maio de Benguela), os brasileiros Luís Mariano (Recreativo do Libolo) e Mariano Barreto (ASA), o ucraniano Viktor Bondarenko (1º de Agosto) e o congolês democrático Afonso Kondy (Kabuscorp do Palanca). Os angolanos Rui Teixeira e José Luís Borges, ambos do 1º de Maio de Benguela, e Agostinho Tramagal, do Benfica de Luanda. Este ano no nosso Girabola, exemplos abundam: Rui Gregório, Patrick Kódia e David Dias (Recreativo da Caála), Albano César, Banganga (Sporting de Cabinda), Napoleão Brandão (Sagrada Esperança), João Machado (Bravos do Maquis) e Alberto Cardeau (Benfica do Lubango) João Ricardo  o falecido mabi de almeida (Benfica de Luanda) Antonio Barbosa ( CDH) , André Nbinda e Victor Manuel ( F.C.C)  Viktor Bondarenko,( Cabuscorpe) são os técnicos demitidos.
Muito antes de ser encontrado o acusável, todos têm o peso de consciência relativamente ao problema que a equipa esteja a viver e que se manifesta em maus resultados competitivos. Logo, todos se sentem culpados e o clima de desconfiança instala-se na equipa. O stress cresce com o evoluir do tempo e todos procuram encontrar a solução para o problema. contudo, isto passa inicialmente por se encontrar um transgressor       ou os acusáveis.
Várias têm sido as razões que levam uma equipa desportiva aos maus resultados, entre as quais a falta de pagamento de salários  e prémios de jogos, credibilidade do treinador junto aos atletas, mau relacionamento entre estes e o primeiro, incumprimento pelos atletas dos regimes de recuperação, condições de treinamento desportivo, alojamento ou alimentação.
 Para um dirigente desportivo, seria fácil resolver a situação dos salários e prémios de jogos, mas como aquele depende do voto dos sócios, antes do pagamento dos salários e prémios, tem que encontrar um culpado a fim de não aparecer como sendo responsável pelos maus resultados, daí que, o único “criminoso” é o treinador!!
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