Eleições na FAF há seis candidaturas na primeira linha
Justino Fernandes deixará o seu cadeirão para muitos concorrentes que por enquanto fazem campanha nos bastidores.
Fotografia: Jornal dos Desportos
O tiro de largada ainda não foi dado pela comissão eleitoral mas, pelos bastidores, a movimentação já é colossal, mexendo, inclusive,com a sensibilidade daqueles que têm o futebol como verdadeira paixão de vida. Os próximos dias prometem ser agitados no complexo da Cidadela, no Senado da Câmara, onde tudo está a ser preparado ao mais ínfimo detalhe, para o pleito marcado para o dia 20 de Maio. A família do futebol vai às urnas para escolher o homem que comandará, nos próximos quatro anos, os destinos da Federação Angolana de Futebol, FAF, numa tarefa que não se advinha nada fácil para as associações provinciais que têm, através do voto, a última palavra.
Os candidatos, ainda sem os cadernos eleitorais, vão aos poucos perfilando-se para a corrida, mesmo que alguns meios receosos neguem, a pés juntos, não estarem interessados em concorrer ao pleito, numa clara demonstração de que o melhor ataque é a defesa: aguardar o momento certo para assumir. Seis nomes estão na baila para assumir essa “batata quente”, embora apenas um se tenha manifestado publicamente disponível para dar corpo às balas: Santos Bikuku, o presidente da associação da Lunda-Norte. Os outros estão ainda de rosto escondido pelo que, com este exercício, se procurar desvendar os possíveis candidatáveis ao cadeirão máximo do desporto-rei. Sabemos que, ao criticar ou elogiar, se corre o risco de sermos “crucificados” de favorecimento.
É um jeito compreensível quando se trata de eleições que se prevê ter seis possíveis figuras: Santos Bikuku (assumida), Pedro Neto, José Luís Prata, Alves Simões, Osvaldo Saturnino “Jesus” e Artur Silva. Daqui sairá, infalivelmente, o homem que se segue…dentro de momentos! Justino Fernandes só uma hecatombe…
Pedro Neto
Presidente
glorioso de consenso
Há anos que caminha pelos corredores da diplomacia. Faz sempre um gostinho ao pé, para não perder a forma física. É, eventualmente, por acreditar na sua condição física e psicologia que Bento Kangamba o quer “roubar” ao MIREX para estar à frente da FAF e por ser uma “pessoa que reúne o consenso”. Se Georges Chicoti, ministro das Relações Exteriores, aceitar a sua dispensa tem margem confortável para cântico de vitória. Mas terá de provar em “campo” que está em forma e tem ideias para tirar o futebol do marasmo em que se encontra. De outra maneira, a vitória ficará, seguramente, escondida na Zâmbia. Até ao fim da missão diplomática!
Santos Bikuku
Empresário
com sonho de futebol
À saída da Assembleia da FAF, ainda com a fogueira em brasa, assumiu que estava disponível para concorrer por se considerar “muito jovem” sem, no entanto, avançar uma única linha de projecto para o futebol. Tem uma forte capacidade de mobilização, sobretudo no apoio à selecção nacional de futebol, ofuscando, literalmente, a sua condição de presidente da Associação Provincial de Futebol da Lunda-Norte. Sabe que, ao concorrer a esta “nobre aventura”, perderá o lugar na Lunda-Norte ou, então, acha esta a maneira simpática de terminar o seu consulado naquela associação. O capítulo, esse, também promete!
Osvaldo Saturnino “Jesus”
O goleador incompreendido
Pressentiu o sinal da crise directiva e bateu, tardiamente, com a porta do órgão em que “ nada fazia” e em gabinete para trabalhar, mesmo sendo um dos vice-presidentes. Foi, em 2008, o candidato derrotado, duvidosamente, por Justino Fernandes que, em sentimento de remorso, “lhe ofereceu” o lugar de apoio às associações provinciais. O prestígio está exangue pelo “presente envenenado” e só no fim, mesmo no fim, decidiu devolvê-lo. As associações não entenderão...e o goleador poderá ser, novamente, incompreendido!
Artur Silva
A pinta de cabeça com ideias
É, dos seis possíveis candidatos, aquele que revela conhecimento do futebol. Tem ideias e visão. Fala com eloquência e cautela….mas peca por defeito: afina a linguagem em demasia! O futebol é um desporto de massas e o puritanismo, muitas vezes, atrapalha quando se pretende transmitir uma mensagem que mudará o destino de uma federação, como é a FAF. Em privado diz que não está a fim…mas é um candidato que tem tudo para dar certo…é só passar bem as ideias e transformar a visão escondida em bandeira de campanha. O resto será no frente-a-frente com os demais concorrentes!
José Luís Prata
O corta-mato dos céus
Conhece e domina os meandros do futebol nacional tão bem como se estivesse no cockpit de um avião de longo curso, com direito a “corta-mato” para chegar cedo ao destino: a FAF! Joga a seu favor o facto de ter sido um dos dirigentes do “período de ouro” que o nosso futebol atravessou. Tem um currículo de vitórias invejável enquanto coordenador das selecções nacionais. É a sua valia! Não esconde, em privado, a vontade do lugar, mas tem “medo das interferências” que possam ocorrer nestas eleições. Caso reúna uma equipa “combativa”, pelo modo como rasgava os céus, diríamos que tem fortes probabilidades de substituir o amigo e companheiro de longo data. Agora, longe dos aviões, será pensar no futebol…se avançar!
Alves Simões
O “polícia”
das selecções nacionais
Correm murmúrios de que é o candidato “desejado e protegido” por um núcleo duro. Garantem que já há em campo quem esteja a preparar o projecto e a “namorar” as associações provinciais. É considerado um disciplinador, roçando, segundo os mais próximos, a basófia. Mas nada que ofusque a classe de dirigismo que tem no sangue. No entanto, a serem verdade as “bocas”, o homem que revolucionou o Interclube Século XXI pode esfregar as mãos de contente…porque já está lá dentro e, chegar ao cadeirão, com esse empurrão, é um passo bastante curto: apenas de degraus…do relvado do estádio à sede!
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