domingo, maio 22, 2011


Militares chumbam estudantes aplicados

Betumeleano Ferrão - 19 de Maio, 2011
O apertado triunfo de um a zero do 1º de Agosto é capaz de alimentar falácias, mas é indiscutível que o Académica do Soyo nunca demonstrou espírito competitivo.
Fotografia: Nuno Flash
O apertado triunfo de um a zero do 1º de Agosto é capaz de alimentar falácias, mas é indiscutível que o Académica do Soyo nunca demonstrou espírito competitivo para manietar a maior determinação e a vontade de vencer dos militares, que ontem entraram em campo exibindo camisolas com os dizeres: “Coragem Chiwe, estamos contigo”, alusivos ao passamento físico do filho do colega.

Aos 19 segundos a rotação de Amaro foi uma clara demonstração de que os rubro-negros não queriam perder muito tempo para resolver a contenda, mas a falta de argúcia demonstrada pelo esquerdino acabou por contagiar rapidamente os demais colegas, pois aos 11’ Mingo Bile recebeu uma prenda de um estudante, mas rematou à figura, o que permitiu a estrela de Landu começar a brilhar no jogo.

A tentativa de causar morte por asfixia aos estudantes esbarrou na falta de eficácia ofensiva dos militares, por conseguinte, os estudantes aproveitaram a onda para sair do sufoco a que estava submetido. Sem precisar suar muito as estopinhas, o Académica do Soyo quase acertaram um soco no estômago do 1º de Agosto, mas os estudantes mandriões deixaram escapar entre os dedos as duas melhores chances de que desfrutaram em todo o desafio.

Tão logo o técnico Carlos Manuel se apercebeu, no quarto de hora da etapa segunda, que os jogadores em campo precisavam de mais imaginação para fazer a festa do golo, lançou ao jogo o médio Marco Bicho e a centelha de vida do 1º de Agosto fez o Académica começar a pressentir que poderia ser ferido de morte a qualquer altura, pois os militares voltaram a jogar mais tempo com perigo no último terço do relvado.

A atitude de espera dos adeptos militares foi recompensada aos 71’ quando Amaro converteu uma grande penalidade, a castigar mão do central  João. A partir deste grande momento, o grande interesse do jogo era saber se o 1º de Agosto seria capaz de engordar a vantagem, pois os estudantes estavam sem pernas para conseguir esfriar o maior andamento imposto pelos anfitriões, que ontem poderiam ter evitado o sofrimento final se fossem mais eficazes no aproveitamento das chances de golos criadas, mas como o um a zero ainda é considerada a melhor vitória do mundo, no final os militares conseguiram se reconciliar com os seus adeptos, afinal os fantasmas da derrota com o Santos FC ainda precisavam ser exorcismados.

Arbitragem
Algumas oscilações periclitantes do trio chefiado por João Goma originaram erros técnicos que quase deram azo a que os clamores de protesto dos contendores atingissem os céus mesmo depois do apito final, pois muitos destes lapsos ocorreram em lances de grande perigo, num deles a miopia fez o árbitro beneficiar o 1º de Agosto com um livre à entrada da grande área contraria, não obstante a infracção ter sido cometido por um militar. O mau posicionamento de Denilson Gourgel coarctou aos rubro-negros uma boa chance de ampliar o marcador, mas o segundo assistente levantou a bandeira para sinalizar impedimento de Mingo Bile que estava numa posição legal; minutos antes, Denilson Gourgel deixou a bola beijar as redes dos estudantes e só quando os militares faziam a festa é que levantou a bandeira.

Opinião dos técnicos

Carlos Manuel

“Os meus atletas 
foram fantásticos ”

“Tem de se suar para conseguir vencer, ainda mais para uma equipa cujo treinador chegou há 16 dias mas já realizou 4 jogos! É muita coisa junta porque queremos mudar certas coisas na maneira de actuar dos jogadores, por esta razão, tenho de agradecer a este excelente grupo de trabalho, realmente os meus atletas foram fantásticos em todo o jogo, pressionaram sempre o adversário, mas infelizmente acabamos apenas por vencer por um golo, pois tivemos muitas chances para sentenciar este jogo diante da boa equipa do Académica do Soyo, que está muito bem trabalhada, mas os meus jogadores demonstraram grande atitude e conseguimos esta importante vitória, que queremos aproveitar para dedicar ao Chiwe que há dias perdeu o filho, este triunfo também é dele”.

Agostinho Tramagal

“Temos de rever o 
nosso aspecto ofensivo”

“O nosso objectivo era pontuar mas o 1º de Agosto marcou de penalty, ganhou bem e acabou por ser mais feliz ao aproveitar uma das várias oportunidades de que dispôs em todo o jogo. Nós também tivemos as nossas chances, mas voltamos a ser perdulários, o que prova que temos de rever o nosso aspecto ofensivo porque é o segundo jogo consecutivo que perdemos por falta de eficácia atacante. Nós estamos a criar uma nova equipa, e, estamos no bom caminho, precisamos de mais alguma coisa para sair da zona vermelha para termos o Académica ao nível das outras equipas do campeonato, mas já demos provas de que ainda temos condições para fazer mais e melhor no Girabola, estou tranquilo por saber que estamos no bom caminho”.

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