Lobitangas descontentes
Alguns associados e apoiantes da Académica do Lobito, ouvidos pelo Jornal dos Desportos,
afirmaram que a saída de Agostinho Tramagal do comando técnico da equipa está na base da triste campanha no presente Girabola. Por esse facto, responsabilizam a actual direcção e defendem que deve ser o presidente do clube, José Bento Cangombe, o primeiro a reconhecer o facto e vir a terreiro pedir desculpas públicas a todos quanto se sintam tocados pela situação vivida.
Certos adeptos mais descontentes chegaram a pedir a convocação de uma assembleia-geral extraordinária para se eleger a nova direcção, com pessoas comprometidas com o projecto do clube.Se tais adeptos tivessem voto na matéria, o que não acontece por não serem sócios do clube, Bento Candombe e seu elenco já não estariam à frente dos destinos da Académica, pois a sua saída é, para muitos, a única alternativa para salvar a agremiação.
“O presidente foi mal aconselhado, se é que foi mesmo, ao deixar partir Agostinho Tramagal, que até estava a realizar um bom trabalho no plantel. Com a sua saída, voltou tudo à estaca zero. O projecto por si delineado, que passava por uma aposta na prata da casa, fracassou e o resultado traduziu-se num estrondoso desastre, para mal de todos os pecados”, comentou Fernando Wambu Pekaliange.
Pelo mesmo diapasão alinharam Antonieta Elizabeth Ndongua e Maraiano Pessela, ambos adeptos assumidos do clube, que foram mais longe, ao sugeriram o afastamento imediato de Duarte Adriano “Esquerdinho” da direcção do clube. Segundo eles, o actual director-geral tem sido um mau exemplo para o espírito de unidade e aproximação entre dirigentes, técnicos e atletas, pelo que a sua saída da direcção há muito que se impõe.
“Se calhar o presidente desconhece este pormenor, por isso, é que o mantém no cargo. Esperamos que não seja tarde de mais e que se convoque já uma assembleia-geral extraordinária para a eleição de uma nova direcção, onde ele não venha a tomar parte. Isso se quiserem manter o clube digno do seu nome e que volte a ser motivo de orgulho dos seus apoiantes espalhados no país adentro”, sugeriram.
Campanha da Académica
deixa Lobito em polvorosa
A má campanha realizada pela equipa principal da Académica do Lobito está a dar azo a comentários díspares dos habitantes desta cidade, sendo que a maioria considera a direcção do clube, liderada pelo empresário José Bento Cangombe, como principal responsável do sucedido. O clima é de insatisfação total entre os lobitangas, que já não acreditam nas palavras proferidas pelos dirigentes daquela agremiação desportiva.
No passado sábado, após o apito final do jogo Académica, 0 - Interclube, 3, foi visível o enfado do público afecto à formação lobitanga.Em uníssono, clamavam pela destituição da actual direcção, de forma a devolver a glória ao clube e a alegria há muito perdida.“Rua! Vocês são uma decepção para os interesses do clube.
A Académica não é da Caponte, é do Lobito. Por isso, queremos mudança na direcção (...)”, estas e muito mais palavras fizeram-se ouvir na tarde de sábado passado, no Estádio Nacional de O’mbaka, contra Bento Cangombe, presidente, e Duarte Adriano “Esquerdinho”, director-geral.
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Pondo de parte a discussão sobre as razões que levam ao corte dos adeptos com a actual direcção da Académica, a verdade é que as reclamações não foram feitas da melhor forma, tendo muito do que se disse sido feito em tom deselegante e, nalguns casos, mesmo arruaceiro, com ofensas morais e ameaças.Mas é necessário dizer-se que, na derrota dos “estudantes” diante dos “polícias” da capital, os donos da casa pareciam tomados pela preguiça, o que provocou uma explosão de protestos por parte dos adeptos do clube.
Direcção muda de discurso
Aquando da apresentação do professor Daniel Polonga Quinhentos, como sucessor de Agostinho Tramagal no comando técnico, a 6 de Janeiro passado, o presidente da Académica do Lobito, Bento Cangombe, afirmou que as condições básicas estavam criadas para que a equipa permanecesse na primeira divisão nacional.“Garanto-vos que, enquanto presidente da Académica do Lobito, jamais baixaremos de divisão”, disse então. Na altura, essa convicção era alimentada pela promessa de apoio material e moral por parte de vários estratos da sociedade lobitanga, que diziam identificar-se com o projecto apresentado pela actual direcção à massa associativa e adeptos do clube. Com o passar dos acontecimentos, as coisas no terreno foram dando errado e os apoiantes deixaram de honrar as prometidas assistências ao clube. E o resultado não poderia ser outro. A equipa, que vinha dum começo prometedor, baixou de produtividade de forma considerável, decepcionando tudo e todos. Há tempos que deixou de ganhar jogos e o pior de tudo é que se tornou num saco de pancadas. As derrotas não só se foram acumulando como viram crescer o número de golos consentidos, nota da fragilidade da equipa.Ciente das adversidades por que passa a sua equipa no Campeonato, o Bento Cangombe já admite o contrário do que defendia nos seus discursos. Já fala em despromoção digna da sua equipa, honrando o nome do clube e do município. A garantia pela manutenção foi transformada na promessa de que, enquanto durar o seu mandato na presidência da Académica, há-de deixar a equipa na primeira divisão, sem no entanto precisar com que forças vai poder contar.
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