Campanha da Académica do Lobito é negativa por culpa dos dirigentes
Académica do Lobito frustrou expectativas dos seus aficionados, sócios e admiradores
Fotografia: Jornal dos Desportos
O Girabola está prestes a terminar, deixando boas e más recordações daquilo que foi a prestação das equipas na competição em que, nalguns casos, o pior é o frustrar das expectativas dos adeptos, sócios e apoiantes.Na Académica Petróleos Clube do Lobito o cenário é este último. Quando ascendeu ao convívio dos grandes, muito se falou daquilo que devia ser a participação da equipa no Girabola2011.
Houve mesmo quem vaticinasse por uma Académica diferente de todas e que voltaria a proporcionar alegrias e glórias aos lobitangas ligados ou não ao clube. A sociedade lobitanga foi mobilizada em torno da causa da Académica que tinha como meta permanecer na fina-flor do futebol nacional. A reacção não podia ser outra e, pela positiva, acederam ao desafio. Estava-se diante de um projecto do qual valia a pena participar.
Estavam assim, aparentemente, criadas as condições morais e materiais para a Académica do Lobito realizar uma das melhores campanhas no Girabola, apesar dos reparos alimentados em volta de alguns integrantes na direcção liderada por José Bento Cangombe.
Na óptica dos associados, muito dessas pessoas convidadas a integrar a nova direcção, eram alheias à realidade do clube, nascendo daí alguma reserva quanto ao projecto do clube.Mesmo assim, a vontade e a determinação de vencer os obstáculos e acabar com as diferenças no seio da colectividade era tão grande que levou muita gente a pensar que as rivalidades entre os apoiantes da Zona Alta e os da Caponte tinham os tempos contados, visto que em causa estava o futuro de um clube que vinha de fortes perturbações na direcção.
Infelizmente, não foi assim que sucedeu. O inesperado aconteceu e a confusão, aparentemente, alimentada a partir de fora, voltou a fazer morada, provocando muitos estragos na direcção e na equipa de futebol que acabou por soçobrar no Girabola2011.As iniciativas protagonizadas pelo presidente da Académica do Lobito, convidando pessoas “estranhas” ao clube, foram mal entendidas pelos adeptos e sócios, gerando assim fortes repulsas à liderança de Bento Cangombe, apontado inicialmente, como o “salvador” do clube, e que acabou contestado.
Em função disso, criou-se no seio da família academista uma espécie de “revolução” que acabou por dividir a massa apoiante, agudizando, assim, as rivalidades já existentes entre os da Caponte (cidade baixa) e os da Zona Alta (popularmente designada por Morro). Estes últimos culpam a direcção-geral pelo sucedido.
A par de Bento Cangombe, Duarte Adriano Kuatula “Esquerdinho”, director-geral, é outra figura de proa na Académica do Lobito, contestado pelos adeptos pelo facto de, segundo fazem constar, manifestar antipatia com os atletas e apoiantes que residem na Zona Alta da cidade do Lobito, pelo que devia ser sacrificado e deixar o cargo a outra figura que reúna consenso entre os associados do grémio.
“Eles devem deixar o clube e procurarmos pessoas que melhor possam servir o clube com a maior tranquilidade possível. Queremos uma direcção inclusiva, em que todos possamos rever-nos nela. Nada de exclusão. A Académica não é da Caponte, tão pouco do Morro.É de todos os lobitangas que nela se revêem. Por isso, haja coragem e força para se protagonizar mudanças na direcção, já e agora”, comentou Marta Valiangula Kussia.
FAF tem culpas no “cartório”
A crise de resultados vivida pela Académica do Lobito não deixa isenta a Federação Angolana de Futebol (FAF) que averbou derrota à equipa no jogo com a Académica do Soyo, por alegada má utilização do defesa Cristiano Kitembo.No terreno, os lobitangas suplantaram os seus confrades do Soyo por um golo sem resposta, um triunfo vivamente festejado pelos adeptos, sócios e dirigentes que julgavam estar-se em presença de um virar de página, ou seja, o reencontro com as belas exibições.
Mas como “a alegria do pobre dura pouco”, em menos de 21 dias, o clube é notificado pela FAF e toma contacto da perda dos três pontos conquistados na décima primeira jornada diante da Académica do Soyo.A notícia provocou grandes estragos no seio dos atletas, técnicos e dirigentes que viam nesse resultado motivo para se dar um safanão na crise. Para a tristeza de todos, desde essa altura, a equipa começou a decair de jornada em jornada até que atingiu o fundo do poço.
Estava assim traçado o destino dos “estudantes” no presente Girabola.Os esforços envidados pelos dirigentes da Académica do Lobito, no sentido de reaver os pontos perdidos na secretaria da FAF fracassaram; porquanto, o órgão reitor da modalidade rainha no país julgou improcedente o recurso interposto junto do Conselho Jurisdicional, apesar das documentações que comprovavam a legalidade pela utilização do atleta em causa diante da sua congénere do Soyo.
Assim foi a campanha realizada pela Académica do Lobito na presente temporada, onde de tudo um pouco experimentou. Ou seja, ganhou, perdeu e empatou. Inclusive, nalgumas partidas sofreu auto-golos e para agravar ainda mais a situação, até com a mão de Abel Mafuila (Kabuscorp do Palanca), sofreu um golo que arrumou por completo o sonho de se manter no Girabola.
Afastamento de Tramagal
esteve na base do fracasso
É voz corrente entre os lobitangas que a crise de resultados por que passou a Académica do Lobito está associada ao rompimento do vínculo contratual que ligava o professor José Alberto Agostinho “Tramagal” ao clube. Para a vaga deixada pelo técnico Tramagal, a direcção de Bento Cangombe indicou Daniel Polonga Quinhentos, filho da casa e esta decisão, apesar de justificada pelo presidente, em conferência de imprensa (falta de verbas pesou na mesma), redundou numa das maiores repulsas dos adeptos e sócios que acabaram por desacreditar a direcção, distanciada da grande maioria dos apoiantes.
Estava, assim, instalada a crise de relacionamento entre dirigentes, adeptos e sócios, facto agudizado com os insucessos da equipa em campo. Bento Cangombe e pares, isolados dos seus apoiantes viam os intentos a frustrar, e como alternativa tiveram que ceder à pressão do público e demitiram Daniel Quinhentos “Dani” do cargo de treinador principal.
Albano César foi a alternativa possível, mas, infelizmente, mais uma vez, a direcção deu-se mal. A equipa continuou a “navegar” na onda dos maus resultados. Nem com a mudança do campo, do Estádio do Buraco para o do O’mbaka, a equipa conseguiu reencontrar-se.Tornou-se num saco de pancadas, numa clara impressão de que só estava aí (em campo) para saciar os apetites dos adversários que aproveitavam o momento para fazer das suas.
Daniel Quinhentos, Albano César, Silvestre Pelé, José Rocha e César Caná foram os “arquitectos” da tortuosa caminhada dos estudantes lobitangas no Girabola, que conhece o fim já no próximo 6 de Novembro. Na verdade, foi um autêntico martírio para os lobitangas conviverem com esta realidade, enquanto durou a festa do futebol nacional.
Houve mesmo quem vaticinasse por uma Académica diferente de todas e que voltaria a proporcionar alegrias e glórias aos lobitangas ligados ou não ao clube. A sociedade lobitanga foi mobilizada em torno da causa da Académica que tinha como meta permanecer na fina-flor do futebol nacional. A reacção não podia ser outra e, pela positiva, acederam ao desafio. Estava-se diante de um projecto do qual valia a pena participar.
Estavam assim, aparentemente, criadas as condições morais e materiais para a Académica do Lobito realizar uma das melhores campanhas no Girabola, apesar dos reparos alimentados em volta de alguns integrantes na direcção liderada por José Bento Cangombe.
Na óptica dos associados, muito dessas pessoas convidadas a integrar a nova direcção, eram alheias à realidade do clube, nascendo daí alguma reserva quanto ao projecto do clube.Mesmo assim, a vontade e a determinação de vencer os obstáculos e acabar com as diferenças no seio da colectividade era tão grande que levou muita gente a pensar que as rivalidades entre os apoiantes da Zona Alta e os da Caponte tinham os tempos contados, visto que em causa estava o futuro de um clube que vinha de fortes perturbações na direcção.
Infelizmente, não foi assim que sucedeu. O inesperado aconteceu e a confusão, aparentemente, alimentada a partir de fora, voltou a fazer morada, provocando muitos estragos na direcção e na equipa de futebol que acabou por soçobrar no Girabola2011.As iniciativas protagonizadas pelo presidente da Académica do Lobito, convidando pessoas “estranhas” ao clube, foram mal entendidas pelos adeptos e sócios, gerando assim fortes repulsas à liderança de Bento Cangombe, apontado inicialmente, como o “salvador” do clube, e que acabou contestado.
Em função disso, criou-se no seio da família academista uma espécie de “revolução” que acabou por dividir a massa apoiante, agudizando, assim, as rivalidades já existentes entre os da Caponte (cidade baixa) e os da Zona Alta (popularmente designada por Morro). Estes últimos culpam a direcção-geral pelo sucedido.
A par de Bento Cangombe, Duarte Adriano Kuatula “Esquerdinho”, director-geral, é outra figura de proa na Académica do Lobito, contestado pelos adeptos pelo facto de, segundo fazem constar, manifestar antipatia com os atletas e apoiantes que residem na Zona Alta da cidade do Lobito, pelo que devia ser sacrificado e deixar o cargo a outra figura que reúna consenso entre os associados do grémio.
“Eles devem deixar o clube e procurarmos pessoas que melhor possam servir o clube com a maior tranquilidade possível. Queremos uma direcção inclusiva, em que todos possamos rever-nos nela. Nada de exclusão. A Académica não é da Caponte, tão pouco do Morro.É de todos os lobitangas que nela se revêem. Por isso, haja coragem e força para se protagonizar mudanças na direcção, já e agora”, comentou Marta Valiangula Kussia.
FAF tem culpas no “cartório”
A crise de resultados vivida pela Académica do Lobito não deixa isenta a Federação Angolana de Futebol (FAF) que averbou derrota à equipa no jogo com a Académica do Soyo, por alegada má utilização do defesa Cristiano Kitembo.No terreno, os lobitangas suplantaram os seus confrades do Soyo por um golo sem resposta, um triunfo vivamente festejado pelos adeptos, sócios e dirigentes que julgavam estar-se em presença de um virar de página, ou seja, o reencontro com as belas exibições.
Mas como “a alegria do pobre dura pouco”, em menos de 21 dias, o clube é notificado pela FAF e toma contacto da perda dos três pontos conquistados na décima primeira jornada diante da Académica do Soyo.A notícia provocou grandes estragos no seio dos atletas, técnicos e dirigentes que viam nesse resultado motivo para se dar um safanão na crise. Para a tristeza de todos, desde essa altura, a equipa começou a decair de jornada em jornada até que atingiu o fundo do poço.
Estava assim traçado o destino dos “estudantes” no presente Girabola.Os esforços envidados pelos dirigentes da Académica do Lobito, no sentido de reaver os pontos perdidos na secretaria da FAF fracassaram; porquanto, o órgão reitor da modalidade rainha no país julgou improcedente o recurso interposto junto do Conselho Jurisdicional, apesar das documentações que comprovavam a legalidade pela utilização do atleta em causa diante da sua congénere do Soyo.
Assim foi a campanha realizada pela Académica do Lobito na presente temporada, onde de tudo um pouco experimentou. Ou seja, ganhou, perdeu e empatou. Inclusive, nalgumas partidas sofreu auto-golos e para agravar ainda mais a situação, até com a mão de Abel Mafuila (Kabuscorp do Palanca), sofreu um golo que arrumou por completo o sonho de se manter no Girabola.
Afastamento de Tramagal
esteve na base do fracasso
É voz corrente entre os lobitangas que a crise de resultados por que passou a Académica do Lobito está associada ao rompimento do vínculo contratual que ligava o professor José Alberto Agostinho “Tramagal” ao clube. Para a vaga deixada pelo técnico Tramagal, a direcção de Bento Cangombe indicou Daniel Polonga Quinhentos, filho da casa e esta decisão, apesar de justificada pelo presidente, em conferência de imprensa (falta de verbas pesou na mesma), redundou numa das maiores repulsas dos adeptos e sócios que acabaram por desacreditar a direcção, distanciada da grande maioria dos apoiantes.
Estava, assim, instalada a crise de relacionamento entre dirigentes, adeptos e sócios, facto agudizado com os insucessos da equipa em campo. Bento Cangombe e pares, isolados dos seus apoiantes viam os intentos a frustrar, e como alternativa tiveram que ceder à pressão do público e demitiram Daniel Quinhentos “Dani” do cargo de treinador principal.
Albano César foi a alternativa possível, mas, infelizmente, mais uma vez, a direcção deu-se mal. A equipa continuou a “navegar” na onda dos maus resultados. Nem com a mudança do campo, do Estádio do Buraco para o do O’mbaka, a equipa conseguiu reencontrar-se.Tornou-se num saco de pancadas, numa clara impressão de que só estava aí (em campo) para saciar os apetites dos adversários que aproveitavam o momento para fazer das suas.
Daniel Quinhentos, Albano César, Silvestre Pelé, José Rocha e César Caná foram os “arquitectos” da tortuosa caminhada dos estudantes lobitangas no Girabola, que conhece o fim já no próximo 6 de Novembro. Na verdade, foi um autêntico martírio para os lobitangas conviverem com esta realidade, enquanto durou a festa do futebol nacional.
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