segunda-feira, agosto 01, 2011

FAF quer que 2012 seja ano zero do profissionalismo no Girabola


FAF quer que 2012 seja ano zero do profissionalismo no Girabola
Por Jorge Pessoa e Silva

AFederação Angolana de Futebol quer que o 2012 seja o ano zero da nova fase do Girabola, a antecâmara da profissionalização plena que se prevê para 2013.

Esta uma das novidades de Pedro Neto, presidente da FAF, à partida de Lisboa, depois de uma visita oficial de três dias, durante os quais teve inúmeras reuniões de trabalho, em especial com a Liga Portuguesa de Futebol Profissional, nomeadamente com o seu presidente, Fernando Gomes.

«Durante estes dias, foi possível reunir-me e trabalhar com diversos agentes. Os encontros de trabalho com a Liga portuguesa foram muito produtivos. Acreditamos que estaremos em condições de avançar com o profissionalismo já no Girabola de 2012. Mas ainda como fase de transição, de teste, de adaptação. No final, faremos o balanço, veremos o que correu bem e mal, o que pode ser melhorado ou adaptado, para em 2013 termos um Girabola gerido de forma moderna e profissional», comentou Pedro Neto a A BOLA.

Melhorar regulamentos

As questões de regulamentação ocuparam uma grossa fatia do debate. Da disciplina à arbitragem, da organização à competição.

«Temos de melhorar o nosso quadro regulamentar e encontrámos na Liga portuguesa uma disponibilidade para cooperar, partilhando a sua própria experiência. Claro que Angola é um País diferente, com necessidades e realidades específicas, mas é possível esta cooperação bilateral», frisou Pedro Neto.

Outra das questões em que o trabalho conjunto pode trazer proveitos é na «reestruturação do edifício orgânico e funcional da Federação Angolana de Futebol», onde a federação lusa se mostra também disponível para partilha de experiências.

«O que pretendemos é dar um salto qualitativo no futebol profissional. Começando desde logo pela questão dos regulamentos, passando pela organização, sponsorização, marketing ou até comunicação».

Internet e intranet

A FAF quer igualmente melhorar a sua imagem e capacidade de comunicação. Por isso, vai apostar forte na Internet. O site oficial está muito desactualizado e não é aproveitado em todas as suas valências. Por isso, vai ser revisto, melhorado e passar a ter actualização permanente. Comunicar é aqui a palavra-chave.

Ao nível da comunicação directa com as associações e clubes, está a ser equacionado os moldes de instalação de um sistema de intranet. Ou seja, uma rede em tudo idêntica à internet mas de acesso exclusivo aos sócios da federação.

Uma rede muito importante para participações, comunicados, esclarecimentos ou até inscrições de jogadores. Com essa rede, em conjunto com o site oficial, será possível uma relação mais próxima, com vantagens muito grandes para os clubes das províncias, por forma a que não tenham de se deslocar sempre a Luanda para tratar das mais pequenas coisas.

A Liga portuguesa disponibilizará uma equipa de profissionais para assessorar a FAF em Luanda em tudo o que for pedido. Com novos regulamentos, organização, comunicação, etc, será então possível avançar com uma experiência piloto em 2012. Em 2013 seria o profissionalismo assumido e mais tarde a criação de uma liga angolana.

Protocolo com o Sporting

Pedro Neto foi também recebido pelos dirigentes do Sporting em Alvalade e até convidado de honra para o jogo de apresentação, com o Valência (0-3).

Esse encontro, que foi a sequência da visita do presidente leonino, Godinho Lopes, a Luanda, ditou uma certeza e uma fortíssima possibilidade.

A certeza é a visita da equipa a Luanda para um jogo com a Selecção a 11 de Novembro, dia do aniversário da Independência. Já a fortíssima possibilidade é a assinatura de um protocolo entre os leões e a FAF para a construção da futura casa das Selecções.

A Academia do Sporting, em Alcochete, é uma referência internacional, tal como todo o trabalho feito na formação de jogadores. Por isso, está em condições de ser um parceiro válido num projecto que visa concentrar as diversas selecções, staff e logística, num único espaço.

Com vários relvados, infra-estruturas de apoio, gabinetes, unidade hoteleira, etc.

«Existe já um projecto que vem da direcção anterior, previsto para o Cacuaco. Foi concebido no contexto do CAN, já para servir a Selecção principal, mas não chegou a avançar. Parece-nos um projecto muito ambicioso e caro, pelo que temos de o adaptar à conjuntura actual, em especial em termos financeiros. Mas não deixará de ser um projecto emblemático», referiu Pedro Neto.

Acabar a sede em estudo

A nova sede da FAF, um edifício de sete andares no Projecto Nova Vida, está em fase de acabamentos, mas as obras estão, de momento, paradas. Pedro Neto reiterou o empenho do actual elenco em terminá-las, para a melhor forma para o fazer está ainda em estudo e obriga a reuniões com o Governo.

«No mais breve tempo possível teremos de definir se a conclusão das obras fica a cargo do Ministério das Obras Públicas ou se temos mesmo de procurar financiamento junto da banca. Se for esta segunda via, porque não queremos sobrecarregar o orçamento, temos de negociar muito bem com as entidades bancárias, por forma a que a FAF tenha o menor dos encargos possíveis. Como se faz isso? Ou através de acordos de publicidade e marketing ou da cedência de um espaço da sede para a instituição que financiar a conclusão das obras», frisou.

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