terça-feira, setembro 28, 2010

Fifa promete doar US$ 25 mil a goleiro de Togo



 
Notícias - angola24horas
kodjoviobilale_togo_ap_95Kodjovi Obilalé receberá assistência por lesão neurológica após tiro nas costas durante ataque ao ônibus da seleção togolesa
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, prometeu doar US$ 25 mil (aproximadamente R$ 43 mil) ao goleiro Kodjovi Obilalé, que levou um tiro nas costas no início do ano durante ataque terrorista contra a seleção de Togo, pouco antes do começo da Copa Africana de Nações, em Angola.
Obilalé contou que está lutando para conseguir ajuda da Confederação Africana de Futebol, de Angola e de Togo, além de ter enviado uma carta para a Fifa em agosto solicitando algum tipo de assistência. E neste final de semana, Blatter respondeu com a promessa do dinheiro, que virá de um fundo humanitário da federação.
Blatter teria dito também, segundo revelou Obilalé nesta segunda-feira, que a Fifa não pode ser responsabilizada pelo "trágico ataque", mas prometeu "continuar estudando o dossiê".
Baleado na parte inferior das costas, Obilalé sofreu uma lesão neurológica na região da coluna vertebral e chegou a ser anunciado como morto, antes de passar por uma séria cirurgia que o salvou. Duas pessoas foram mortas no ataque ao ônibus da seleção de Togo, realizado na província de Cabinda, em Angola.

domingo, setembro 26, 2010

Selecção Angolana de FutebolFlag of Angola.svg Copa do Mundo 2006


A Selecção Angolana de Futebol, conhecida por sua torcida como os Palancas Negras, é a equipe nacional de Angola e é controlada pela Federação Angolana de Futebol. Em 8 de Outubro de 2005, Angola classificou-se para a Copa do Mundo defutebol pela primeira vez em sua história.





História

Os jogadores mais conhecidos de Angola são os atacantes Pedro Mantorras, que joga pelo Benfica dePortugal, e Fabrice Akwá, hoje aposentado.





Angola fez uma campanha razoável na Copa do Mundo. Não mostrou um primoroso futebol dentro de campo, mas, pelo menos, compensou tal falta de técnica com uma vontade impressionante.
No primeiro jogo contra Portugal, os "Palancas Negras" levaram uma ducha de água fria com o gol de Pauleta nos primeiros minutos. De fato, o início da partida mostrou uma seleção angolana acuada e sem reação. Posteriormente, o time se soltou em campo e conseguiu levar algum perigo à meta de Ricardo. Sem dúvidas, destaques para as subidas de Locó pela direita e a bicicleta de Akwá. Por fim, ressaltar-se-á também o volante Figueiredo, um jogador que gosta de chutar de longe.
O segundo embate contra a "Tri" mexicana revelou ao mundo o goleiro João Ricardo(também já aposentado), que fez, no mínimo, três defesas milagrosas. Os palancas, mais uma vez, jogaram na defensiva, mas conseguiram, de forma heroica, segurar os chutes de Omar BravoJared BorgettiGuillermo FrancoFrancisco Fonseca e Zinha. Vale uma menção aos zagueiros Jamba e Kali, que também trabalharam satisfatoriamente.
A terceira partida, contra o Irã, marcou um momento histórico: o primeiro gol de Angola na história das Copas do mundo, marcado pelo atacante Flávio (atualmente noAl-Shabab da Arábia Saudita), no primeiro tempo. O resultado de 1 a 1 mostrou que, se os palancas tivessem um pouco mais de ousadia, poderiam ir mais além.
Em suma, fica destacado o espírito angolano que, indubitavelmente, contagiou a todos os que acompanharam a equipe no mundial. Mais do que triunfos ou insucessos, estará marcado, na lembrança de todos, o gol de Akwá contra Ruanda, que fez o sonho inacreditável de jogar uma Copa do Mundo tornar-se realidade.
História Idolos do passado


  Sebastião Lucas da Fonseca ( Matateu )
A 27 de Julho de 1927, em Lourenço Marques, nascia Sebastião Lucas da Fonseca. O futebol mundial viria a consagrá-lo mais tarde como Matateu, a quem um dia chamaram «a 8ª maravilha do mundo».


Grande área, bola nos pés, e era golo certo ! Em 2000 alcançou a eternidade dos mitos ...


Fantástico no drible curto, possuidor de um arranque notável e senhor de um remate fortíssimo com qualquer dos pés, Matateu era uma força da natureza. Um fulgor e alegria em campo, e fora dele, que fez misturar o seu próprio nome com o do Belenenses de tal forma que conseguiu que, no seu tempo, os jogadores azuis fossem representados a negro. Ainda hoje, «Os Belenenses» têm orgulho disso!


O futebol português muito deve a Moçambique. Naquela ex-colónia de Portugal, agora nação, nasceram alguns dos maiores mitos do relvado. Artistas negros da bola que os portugueses idolatraram e o mundo consagrou. Matateu, Coluna, Vicente e Eusébio são os melhores exemplos do talento moçambicano.


Sebastião Lucas da Fonseca, ou Matateu, nasceu com três quilos. Filho de Matambo Lucas e Margarida Heliodoro, nasceu no Alto de Mahé, popular bairro de Lourenço Marques (hoje Maputo, capital de Moçambique), o mesmo onde haveria de nascer outras estrelas da constelação futebolística nacional. Foi o terceiro filho de cinco irmãos. Mais tarde nasceriam Lusete, e depois Vicente, o caçula que viria a tornar-se o «tal central que secava Pelé».


A família não era abastada, muito pelo contrário. O pai tipógrafo de profissão não ganhava muito mais que o suficiente para o sustento. Matateu passou a infância de forma humilde mas, amor nunca faltou!


Mas Matateu era apenas uma alcunha que o próprio dizia nem a mãe saber a origem. Até ao dia em que a desculpa caiu por terra e afinal havia razão para assim ser tratado: «Tateu em landim significa crosta. Em criança quando me magoava, não tinha paciência para aguardar que a ferida secasse, arrancava a crosta antes de tempo».


Aos 10 anos foi para a Escola de Santana da Munhuana. Entretanto, aprendeu a nadar para fora de pé. Além do talento natural para a bola, também o dom da pesca se revelava. Começou a passear-se pelas ruas de Lourenço Marques e quase trocava a bola pela cana e isco, que o ajudava a participar no orçamento familiar.


O futebol não era paixão platónica e acabou por abandonar a praia de Polana para ir treinar ao campo do 1º de Maio, filial de «Os Belenenses». Vestiu, em seguida, a camisola do João Albasini (clube particular, constituído por africanos) para pouco depois regressar ao primeiro clube, encantado por uma proposta de emprego. Não conseguiu dar ao pai a alegria de o ver jogar ao mais alto nível, falecido tinha ele 16 anos, antes de Matateu alinhar pela selecção de Lourenço Marques. Foi nessa altura que se transferiu para o Manjacaze, pela vantagem de algum dinheiro e, fundamentalmente, um lugar nos escritórios da administração da vila. Fez um jogo e logo João Pedro Belo, o árbitro da partida e ex-internacional do Belenenses, o indicou. Aos azuis, claro! Pouco tempo depois Matateu recebeu um telegrama em Lourenço Marques: «Tratar tudo urgentemente stop Matateu embarque Lisboa primeiro avião stop». Assim foi. Com destino ao relvado do Belém, partiu com a proposta de uma passagem de ida (e de volta, se viesse a desejar), 30 contos de luvas e 1600 escudos de salário. Para trás ficavam sete épocas em modestas equipas laurentinas. Pela frente o desafio de uma vida …


A 4 de Setembro de 1951 chegou a Lisboa. A 16 desse mês estreou-se num jogo de pré-época contra o F. C. Porto. Passado pouco mais de uma semana, e apenas 19 dias após ter pisado (anónimo) pela primeira vez a Europa, já a imprensa o apelidava de «astro». Afinal tinha sido carregado em ombros pelos eufóricos adeptos do Belenenses no final de uma partida, realizada nas Salésias, vencida por 4-3 frente ao Sporting, na primeira jornada do campeonato. Apontou o golo do empate a 2 bolas, deu a marcar a um colega o 3-2, suportou o desânimo do 3-3 para apontar, a cinco minutos do final, o golo da vitória.


Na época seguinte (52/53) jogou pela selecção nacional. A estreia ocorreu a 23 de Novembro de 1952, no Porto, frente à Áustria. No final da época cotou-se como o melhor marcador do campeonato, com 29 golos em 26 jogos, vencendo a Bola de Prata, prémio instituído nessa temporada pelo jornal «A Bola». Duas épocas depois repetiria o feito com 32 golos apontados.


A 28 de Novembro de 1954 defrontou, ao serviço da selecção, a formação das pampas. Nesse mesmo dia nascia a sua filha, fruto do casamento com Matilde Gomes, a quem baptizou de Argentina – nome do adversário que o havia deixado «em branco».


Curiosa e infortunadamente a época de 54/55, em que bisou o troféu de melhor marcador, ficaria marcada na história de «Os Belenenses» e de Matateu, como a mais aziaga página desportiva.



Galeria de Ficheiros:

Matateu na Covilhã

Ao serviço da Selecção Nacional

Jogo frente ao Salgueiros

Belenenses no Brasil : Dimas, Pires e Matateu

Bastos, Matateu e Coluna em Madrid

José Aguas e Matateu na Selecção

Matateu e Vaz no ataque de Portugal

Capa da «Crónica Desportiva»

 Bela  Guttmann   

A Alemanha invadiu a Hungria durante a Segunda Guerra Mundial e nunca ninguém soube o que se passou com o húngaro/judeu Bela Guttmann nesse período. Uns dizem que se refugiou num hospital em Zurique, outros que se escondeu em Paris. Se assim fosse, poderia muito bem ser um personagem da série cómica inglesa "Allô, Allô", que se passava naqueles conturbados tempos, a dizer: "Ouçam com muita atenção, só vou dizer isto uma vez."
Mas não. Bela Guttmann não é Michelle Dubois (que dizia a frase), nem pertenceu à Resistência francesa. Foi, isso sim, internacional húngaro nos anos 20 (um golo em quatro internacionalizações) e treinador visionário entre 1932 (Hakoah Viena) e 1974 (FC Porto). E foi há 47 anos que soltou a famosa frase, transformada em maldição.
"Nem daqui a cem anos uma equipa portuguesa será bicampeã europeia e o Benfica sem mim jamais ganhará uma Taça dos Campeões", disse depois de ajudar o Benfica a conquistar a segunda Taça dos Campeões seguida.
Era uma vez... O FC Porto foi a sua porta de entrada em Portugal. Conquistado o campeonato nacional em 1959, assinou pelo Benfica, com exigências impensáveis: 400 contos líquidos por ano, 150 pelo título nacional, 50 pela Taça de Portugal e 200 pela Taça dos Campeões. "200 não!" Um dirigente bem-disposto e nada crente encorajou-o a subir a parada para 300 e foi o que se viu. Bicampeão europeu - 1961 (3-2 ao Barcelona) e 1962 (5-3 ao Real Madrid) - e, sozinho, Guttmann recebeu mais que toda a equipa junta.
Bela foi então recebido por Américo Tomás (Presidente da República) e Oliveira Salazar (presidente do Conselho de Ministros) e feito comendador, tal como os jogadores. Foi há 47 anos. À saída de São Bento, virou--se para Fezas Vital, o presidente do Benfica, e segredou-lhe que se iria demitir: "Não posso treinar 14 comendattori." Era bluff? Não.
Guttmann saiu mesmo e até deixou a frase maldita no ar. "Nem daqui a cem anos uma equipa portuguesa será bicampeã europeia e o Benfica sem mim jamais ganhará uma Taça dos Campeões" (o FC Porto ganhou duas vezes, em 1987 e 2004, mas bicampeão significa duas vezes seguidas). Sem ele, de facto, o Benfica nunca mais ganhou, apesar de ter estado em mais cinco finais. A última (1990), em Viena, bem perto do cemitério judeu onde Guttmann está sepultado. Na véspera da final com o Milan (1-0, por Rijkaard), Eusébio foi ao túmulo rezar pelo técnico e pedir aos deuses que desfizessem a maldição. Em vão.
Automóveis José Augusto, o elegante extremo-direito desse Benfica bicampeão europeu, gostava do "visionário" Guttmann.
"No seu primeiro treino na Luz, em 1959, só havia três jogadores com carro: o Costa Pereira [guarda-redes], que morava em Alverca, o Artur Santos [defesa-central], que geria um talho na Amadora, e o José Águas [capitão e avançado], que trabalhava numa concessionária. Quando regressou à Luz, na segunda passagem, em 1965, já havia 30 automóveis. Ele virou-se para o Caiado [adjunto] e disse-lhe ?assim, nunca mais seremos campeões europeus?. Até agora ninguém o contrariou! Era um visionário. Morava no Chiado e ia de eléctrico para os treinos. Da Luz para casa, ia no meu carro. Era uma óptima companhia.

sexta-feira, setembro 17, 2010








Lembram-se do Rui JORDÃO


                                      

RUI JORDÃO
Foi um ponta-de-lança extraordinário, talvez aquele que, na sua geração melhor adaptou as condições de futebolista e goleador.
Pode ter havido melhores jogadores, houve certamente melhores marcadores de golos, mas nenhum conjugou de modo tão perfeito a técnica individual, a elegância dos gestos e os números exuberantes como goleador absolutamente fantástico.
Jordão foi um fenómeno absoluto desde que começou a jogar em Benguela (Angola), de onde veio rotulado como novo Eusébio.
Ao fim de 5 épocas no Benfica, foi transferido para Saragoça, onde conheceu um martírio que lhe pôs à prova a capacidade de sofrimento.
Perdido num clube onde não foi tratado decentemente, o Sporting foi lá resgatálo para o arranque de 9 épocas inesquecíveis em Alvalade.
A 30 de Agosto de 1977, num jogo particular com os brasileiros do Vasco da Gama, Jordão estreou-se com a camisola verde e branca - marcou os 2 golos da vitória por 2-1.
Ao longo desse período, foi duas vezes campeão nacional, venceu a Taça de Portugal em duas ocasiões e uma Supertaça.
Marcou 187 golos num total de 279 jogos oficiais, com um parcial de 207 jogos e 141 golos a contar para o Campeonato Nacional.
CURIOSIDADE
Jordão I
Atacante do Sporting marcou perante a URSS o penálti que
permitiu a Portugal o apuramento para o Campeonato da Europa
No Euro 84, Jordão estava no topo. No grande palco deliciou os adeptos e pôs Portugal a sonhar, apontando 2 golos na meia final com a França.
A sua carreira não foi a mesma depois disso. Passou a jogar e a marcar menos, até ao divórcio com o Sporting, no fim de 1985/86.
Nessa altura, surgiu em grande forma no fim da época de tal forma que José Torres ainda pensou levá-lo ao México, na condição de que actuasse em determinado jogo com o Benfica.
Manuel José não aceitou a proposta e Jordão ficou em terra.







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Rui Jordão
Jordão nasceu em Benguela, Angola, a 9 de Agosto de 1952.
As características que possuía davam-lhe garantias para se tornar um grande futebolista. Mas, um professor de ginástica convenceu-o de que as suas qualidades estavam mais viradas para o atletismo, e por isso inscreveu-o nos campeonatos de Angola.
Sem treinar, Jordão sagrou-se vice-campeão dos 80 metros. Uma lesão, nesta competição, afastou-o das pistas e do futebol.
No dia 28 de Agosto de 1977 ingressou no Sporting. O sonho de criança tornou-se real.
Jordão teve uma estreia auspiciosa num jogo contra o Vasco da Gama, onde a equipa brasileira perdeu por 2-1 e os dois golos da formação verde e branca foram marcados pela mais recente estrela da companhia.
A carreira do atleta «leonino» ficou marcada pelas lesões que sofreu ao serviço do futebol.
Jordão foi uma das figuras mais carismáticas dentro do Sporting. Ao serviço do Clube conquistou dois campeonatos nacionais nas épocas de 1979/80 e 1981/82; duas Taças de Portugal nas temporadas de 1977/78 e 1981/82 e uma Supertaça em 1981/82. Venceu a Bota de Prata em 1979/80, marcando 31 golos no Campeonato Nacional.
Ao longo da carreira marcou 247 golos em jogos oficiais, ao serviço de seis clubes.
Representou a Selecção Nacional "A" por 43 vezes e marcou 15 golos. Estreou-se com a camisola das «quinas» no dia 29 de Março de 1972, num jogo frente ao Chipre (4-0).
Realizou o último jogo a 25 de Janeiro de 1989, em Atenas, contra a Grécia (2-1). Fez parte da equipa que conquistou o segundo lugar na Minicopa, em 1972 e no Europeu de 1984 classificou-se em 3º lugar.
CURRICULUM:
Nome: Rui Manuel Trindade Jordão
Local de Nascimento: Benguela (Angola)
Data de Nascimento: 9 de Agosto de 1952
Início de Carreira no Sporting: 28 de Agosto de 1977
Títulos conquistados ao serviço do Sporting:
2 Campeonatos Nacionais (1979/80 e 1981/82)
2 Taças de Portugal (1977/78 e 1981/82)
1 Supertaça (1981/82)
1 Bota de Prata (1979/80)
Internacionalizações: 43

RUI JORDÃO - o meu Nª 11












Nascido na cidade angolana de Benguela, Rui Jordão chegou ao Sporting, em 1977, depois de passagens pelo «eterno rival» (Benfica) e pelos espanhóis de Saragoça, de onde foi resgatado para o emblema «leonino». Ao lado de Manuel Fernandes, durante nove temporadas, formou uma das melhores duplas de avançados do futebol português, graças às características complementares de ambos, bem como à forte amizade que dura até aos dias de hoje. Aliou força, velocidade, técnica individual e pura classe para realizar uma carreira plena de golos, não só ao serviço do Sporting como na selecção portuguesa, marcando, entre outros, o golo decisivo do apuramento para o Euro84 e os dois da meia-final com a França. Com excelentes números de golos por jogo, Rui Jordão poderia ter somado muitos mais, caso não tivesse sido perseguido, ao longo da sua carreira, por sucessivas lesões.Depois de «pendurar as chuteiras», o outrora ídolo das multidões, tem levado uma vida totalmente distanciada do futebol, explorando, com sucesso, outra das suas veias artísticas: a pintura.
Títulos conquistados: 2 Campeonatos Nacionais (1979/80 e 1981/82); 2 Taças de Portugal (1977/78 e 1981/82); 1 Supertaça (1981/82)Distinções: Melhor marcador do campeonato nacional: 1979/80 – 31 golos Internacionalizações: 43.
No Euro 84, Jordão estava no topo. No grande palco deliciou os adeptos e pôs Portugal a sonhar, apontando 2 golos na meia final com a França.A sua carreira não foi a mesma depois disso. Passou a jogar e a marcar menos, até ao divórcio com o Sporting, no fim de 1985/86.Nessa altura, surgiu em grande forma no fim da época de tal forma que José Torres ainda pensou levá-lo ao México, na condição de que actuasse em determinado jogo com o Benfica.Manuel José não aceitou a proposta e Jordão ficou em terra.
Em meados de 1974, os belgas do Racing White contactaram Borges Coutinho, perguntando o preço de eventual transferência de Jordão. Vinte mil contos foi a resposta. Os belgas não disseram mais nada. Percebesse bem porquê, se se pensar que, dois anos volvidos,Jordão seria vendido aos espanhóis de Saragoça, por nove mil. Ao chegar a Espanha, um médico espanhol, de nome Pelegrini, surgiu a convencê-lo de que nem sequer valia a pena iludir-se! «Antes da assinatura do contrato,cumprindo os rituais destas coisas, depois de inspecções arrastadas, reprovou-me! Ferido no meu orgulho, perguntei-lhe porquê. Como se ele próprio estivesse dorido, disse-meque não poderia dar o aval à minha contratação, porque os meus joelhos não davam garantias para jogar futebol de alta competição, que um deles até já parecia de paralítico!Só não regressei, de imediato, ao Benfica, porque o presidente do Saragoça ignorou a decisão do médico e assumiu toda a responsabilidade pela minha contratação. De facto,acabei por não ser feliz em Espanha, mas isso não se deveu a limitações físicas, deveu-se às dificuldades criadas pelas intrigas e invejas de um paraguaio chamado Arrua, que temeu que eu o ofuscasse e começou logo a infernizar-me a vida. Por isso, ao fim de três meses já queria regressar à Luz, não voltei porque um dirigente do Benfica não quis...»Foi a sorte do Sporting.
A Alvalade regressaria, para cumprir sonho de criança que ficara adiado, ele que era sportinguista desde pequenino. Sousa Marques, vice-presidente doSporting, confessaria, depois do acordo com os espanhóis, que pescar um espadarte não teria sido mais difícil do que contratar Jordão, porque o Benfica se intrometeu no caminho,como se tivesse descoberto uma mina de ouro.Porque, por essa altura, se abrira já quente guerra de palavras entre sportinguistas e portistas. Nas Antas, Pinto da Costa, já muito bem informado sobre negócios alheios,lançaria, urbi et orbi, o remoque: «Não há nenhum jogador no F. C. Porto a ganhar,anualmente, mais de 1000 contos, entre ordenados e luvas...»Era dia 28 de Agosto de 1977. De Saragoça para Lisboa viajara Jordão em táxi aéreo, para que, nessa noite, se estreasse com a camisola do Sporting, contra o Vasco da Gama. Os brasileiros perderam por 1-2 e Jordão, autor de dois golos, seria o seu carrasco. Há sempre reverso na medalha. Se calhar mais do que em qualquer outro jogador da sua geração, Rui Jordão conquistou a glória com dor, com sangue — com pernas partidas por três vezes! «A primeira foi em 1974, num Benfica-F. C. Porto, no Estádio da Luz, num lance disputado com o Gabriel: tropecei no calcanhar dele, caí desamparado, de tal forma que fiquei com a perna dobrada para trás. Meniscos, ligamentos cruzados, tudo fracturado. Apenas se safaram o ligamento anterior e a rótula. Levei mais de um ano a tentar recuperar. Em vão. Em Portugal não se fizera o diagnóstico exacto da lesão, tive de ir à Bélgica para se perceber que não sofrera apenas fractura de menisco! Fui operado de imediato, recuperei. Tinha 22 anos. Três anos passados, de novo no Estádio da Luz, aquele famoso lance com o Alberto, ao interceptar-me de forma violenta, acertando-me no pé de apoio, fracturando-me a tíbia da perna direita. Mais uma época de estaleiro.Depois de uma longa recuperação, reapareceria num jogo nocturno entre o Sporting e o Famalicão, e o José Eduardo, com uma entrada pelas costas, partiu-me o perónio da perna esquerda e os ligamentos da tibiotársica. Foram três lesões muito graves que,obviamente, me impediram de fazer coisas ainda mais bonitas no futebol...»Depois do deslumbre em que o seu futebol se transformou no Europeu de França, foiJordão assediado pelo F. C. Porto, que acabara de contratar Futre, em espectacular jogada de futuro. João Rocha teve de abrir os cordões à bolsa para segurar em Alvalade aquele que era, então, o mais emblemático jogador do Sporting. Dois anos volvidos, época quase em branco, queixas de atrofia muscular, Manuel José desinteressou-se dele, Jordão desinteressou-se do Sporting. Magoado, partiu. Longo tempo andaria sem que se desse por ele. Eurico convencê-lo-ia a regressar aos relvados, defendendo as cores do Setúbal.Teve ainda tempo para mostrar o seu talento, a ponto de ser, outra vez, convocado para a Selecção. E, porque era esse o seu destino, nesse ano da despedida do futebol, um defesa do Elvas ainda lhe partiria o nariz! Foi uma vida de glória farta, espalhando o perfume do seu futebol de sabor a gindungo, pelos campos do Mundo. Mas, como nem sequer a felicidade se mede toda pela mesma bitola, houve momentos que suplantaram tudo, tornando-se, ourados em si, imarcescíveis. Nota-se-lhe a emoção no tom de voz quando Jordão desenrola as recordações desses dias. «Jamais me esquecerei daquele jogo contra a URSS, na Luz, decisivo para o apuramento para o 'Europeu'. O passaporte ficou nos meus pés quando Cabrita me indicou para marcar o penalty que castigava falta sobre Chalana. Consegui vencer os nervos e marcar o golo que nos conduziu a França, onde só por falta de sorte não nos sagrámos campeões europeus. Por lá vivi dias incríveis. Por exemplo, aquele golo contra a França ainda hoje me deixa a vibrar. Mostrámos que éramos das melhores equipas do Mundo e fui considerado o melhor jogador daquela equipa-maravilha.»
Clubes:
1988/89 - Vit. Setúbal - 36 Jogos / 11 Golos
1987/88 - Vit. Setúbal - 24 Jogos / 1 Golo
1986/87 - Sem clube
1985/86 - Sporting - 23 Jogos / 3 Golos
1984/85 - Sporting - 18 Jogos / 8 Golos
1983/84 - Sporting - 29 Jogos / 16 Golos
1982/83 - Sporting - 26 Jogos / 18 Golos
1981/82 - Sporting - 27 Jogos / 27 Golos
1980/81 - Sporting - 28 Jogos / 14 Golos
1979/80 - Sporting - 29 Jogos / 31 Golos
1978/79 - Sporting - 11 Jogos / 8 Golos
1977/78 - Sporting - 16 Jogos / 16 Golos
1976/77 - Saragoça - 33 Jogos / 14 Golos
1975/76 - S.L.Benfica - 28 Jogos / 30 Golos
1974/75 - S.L.Benfica - 8 Jogos / 6 Golos
1973/74 - S.L.Benfica - 26 Jogos / 15 Golos
1972/73 - S.L.Benfica - 10 Jogos / 5 Golos
1971/72 - S.L.Benfica - 18 Jogos / 9 Golos







TERÇA-FEIRA, AGOSTO 26, 2008


Nº126 - Rui Manuel Trindade Jordão

Nome Completo: Rui Manuel Trindade Jordão
Alcunha: Gazela Negra / Gazela Felina
Nacionalidade: Angolana e Portuguesa 
Local de Nascimento: Benguela / Angola
Data de Nascimento: 9 de Agosto de 1952
Posição: Ponta-de-Lança
Altura: 1,79m
Peso: 71Kg
.Clubes:
1988/89 - Vit. Setúbal - 36 Jogos / 11 Golos
1987/88 - Vit. Setúbal - 24 Jogos / 1 Golo
1986/87 - Sem clube
1985/86 - Sporting - 23 Jogos / 3 Golos
1984/85 - Sporting - 18 Jogos / 8 Golos
1983/84 - Sporting - 29 Jogos / 16 Golos
1982/83 - Sporting - 26 Jogos / 18 Golos
1981/82 - Sporting - 27 Jogos / 27 Golos
1980/81 - Sporting - 28 Jogos / 14 Golos
1979/80 - Sporting - 29 Jogos / 31 Golos
1978/79 - Sporting - 11 Jogos / 8 Golos
1977/78 - Sporting - 16 Jogos / 16 Golos
1976/77 - Saragoça - 33 Jogos / 14 Golos
1975/76 - S.L.Benfica - 28 Jogos / 30 Golos
1974/75 - S.L.Benfica - 8 Jogos / 6 Golos
1973/74 - S.L.Benfica - 26 Jogos / 15 Golos
1972/73 - S.L.Benfica - 10 Jogos / 5 Golos
1971/72 - S.L.Benfica - 18 Jogos / 9 Golos
"Formação"
1970/71 - S.L.Benfica (Juniores)
1969/70 - Sporting de Benguela (Juniores)
.Totais no S.L.Benfica: 127 Jogos / 81 Golos
(Campeonato 90/65, Taça de Portugal 15/6 e Eurotaças 22/10)
.
Estreia: 3 de Outubro de 1971, na Luz 
(S.L.Benfica 2 - Beira-Mar 1) - Com Jimmy Hagan
.
Último jogo: 30 de Maio de 1976, na Luz 
(S.L.Benfica 2 - Porto 3) - Com Mário Wilson
.Primeiro golo: 23 de Dezembro de 1971, na Luz 
(S.L.Benfica 3 - Guimarães 0) - Marcou o 3-0 aos 65'
.
Último golo: 23 de Maio de 1976, em Alvalade 
(Sporting 0 - S.L.Benfica 3) - Marcou o 0-2 aos 85'
.Competições Europeias: 22 Jogos / 10 Golos
.
Estreia: 15 de Setembro de 1971, em Innsbruck 
(Wacker Innsbruck 0 - S.L.Benfica 4) - Com Jimmy Hagan
.
Último jogo: 17 de Março de 1976, em Munique 
(Bayern 5 - S.L.Benfica 1) - Com Mário Wilson
.
Primeiro golo: 8 de Março de 1972, na Luz 
(S.L.Benfica 5 - Feyenoord 1) - Marcou o 2-0 aos 31' e "bisou" (4-1) aos 87'
.
Último golo: 17 de Setembro de 1975, na Luz 
(S.L.Benfica 7 - Fenerbahçe 0) - Fez o "Hat-trick" aos 84' depois de marcar o 4-0 aos 60' e o 6-0 aos 75'
.Selecção: 43 Jogos / 15 Golos
.
Estreia: 29 de Março de 1972, na Luz 
(Portugal 4 - Chipre 0) - Com José Augusto
.
Último jogo: 25 de Janeiro de 1989, em Atenas 
(Grécia 1 - Portugal 2) - Com "Juca"
.
Primeiro golo: 29 de Março de 1972, na Luz 
(Portugal 4 - Chipre 0) - Marcou o 4-0
.
Último golo: 14 de Novembro de 1984, no Estádio José Alvalade 
(Portugal 1 - Suécia 3) - Qualificação Camp. Mundo 1986 - Com José Torres 
.Participações em Campeonatos do Mundo(0):
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Participações em Campeonatos da Europa(1):
França 1984 - Meias-Finais 
.Palmarés:
6 Campeonatos Nacionais - 1971/72, 1972/73, 1974/75 e 1975/76 (S.L.Benfica) e 1979/80 e 1981/82 (Sporting)
3 Taças de Portugal - 1971/72 (S.L.Benfica) e 1977/78 e 1981/82 (Sporting)
1 Supertaça Cândido de Oliveira - 1981/82 (Sporting)
1 Taça de Honra A.F.L. - 1974/75 (S.L.Benfica)
2 Botas de Prata - 1975/76 (S.L.Benfica) e 1979/80 (Sporting)
Futebolista Português do Ano CNID - 1980 (Sporting)
.Curiosidades:
- Chegou a Lisboa para representar os juniores do S.L.Benfica, onde foi treinado por Ângelo Martins, grande figura do universo benfiquista. Despediu-se do S.L.Benfica no jogo 1000 do Campeonato Nacional.
- À Selecção das quinas chegou aos 20 anos, pela mão de José Augusto, outra antiga glória encarnada.
- Pese embora as lesões gravíssimas que sofreu (fractura da tíbia, fractura do perónio e rotura dos ligamentos cruzados do joelho), Rui Jordão foi sempre um avançado de grande coragem e valentia. Virar a cara à luta não era definitivamente com ele. 
- Saiu da Luz após negociações falhadas com Paris Saint-Germain, Estrasburgo, Racing White, Bétis e Bayern de Munique. O seu destino seria o Saragoça, onde não foi especialmente feliz. Regressa a Portugal mas, por desconfianças do Deptº médico encarnado sobre a sua condição física, não ao S.L.Benfica. Rumou a Alvalade, onde voltaria a brilhar intensamente.
- José Torres "esquece-se" de o incluir na convocatória para o Mundial do México em 1986 e, no meio de tamanha desilusão decide pendurar as chuteiras. Sol de pouca dura: Após uma época sem competir, ruma até às margens de Sado, em representação do Vitória de Setúbal.
- Aos 37 anos despede-se definitivamente do futebol (inclusivamente como adepto e espectador). Nos dias que correm difícil será encontrarem-no num qualquer estádio. Trocou a bola de futebol pelas tintas, telas e pincéis e, segundo consta, os resultados são dignos de um verdadeiro artista. Da mesma qualidade que se lhe reconhece quando encantava sobre os tapetes verdes.
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Jordão o pintor!